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O setor da floricultura na Região Autónoma da Madeira - 2021

De acordo com os dados mais recentes, os relativos ao Recenseamento Agrícola de 2019 promovido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o setor da floricultura da RAM envolve 140 explorações agrícolas, ocupando uma área de 45,4 hectares (em 2018, o valor então estimado situava-se em 46 hectares). Desta área, 92% está destinada à produção de flores para corte e 8% à de folhagens e plantas ornamentais. Por outro lado, 74% da floricultura regional é praticada ao ar livre e 26% realizada em estufa ou abrigo alto.

Em termos de localização, constata-se que o concelho de Santa Cruz se mantém como o mais especializado na produção de flores (com 38,6% das explorações e 32% da área total). Também, com uma importância relativa considerável, segue-se o Funchal, com 16% das explorações e 34% da área total. As restantes explorações agrícolas e áreas distribuem-se um pouco pelos restantes concelhos da ilha da Madeira, com mais relevo nos da sua vertente sul.

Na produção, assumem maior importância, dentro das tropicais/subtropicais, o cymbidium (orquídea de haste), o antúrio e as próteas e, no grupo das temperadas, a rosa e a gerbera. As outras espécies têm uma importância intermédia.

Ao nível da agricultura madeirense, como é consabido, a floricultura foi em 2020 o setor mais severamente penalizado pelos efeitos da pandemia da Covid-19, dado que produtora de bens de caráter hedónico e de fruição social, os quais, pela suspensão/encerramento das atividades e eventos habitualmente consumidores, passaram a ter uma comercialização muito limitada. Basta recordar a paragem das atividades da hotelaria e da restauração e os condicionamentos à realização de eventos sociais, como casamentos e outras celebrações.

As consequências da pandemia só não foram mais extremadas para os floricultores devido ao apoio do Governo Regional, fosse na aquisição de produto, fosse na atenuação da quebra de rendimento; à realização da “Festa da Flor” que, embora não tendo sido feita em moldes tão exuberantes/espetaculares, nem na época “normal”, contribuiu para o escoamento de uma parte significativa das flores produzidas; a preferência dos consumidores madeirenses pelas flores produzidas localmente, normalmente com maior durabilidade de utilização; e a tradição de uso da flor, nomeadamente nas festas de Natal, que, também, constituíram um vetor importante de escoamento desta produção tão específica.

Porém, é de assinalar que a abnegação e a capacidade de resiliência dos floricultores madeirenses foram já, de certo modo, compensadas em 2021, ainda que um ano ainda muito marcado pelas contingências originadas pela crise pandémica, registando-se claros sinais de recuperação, quer em termos das quantidades produzidas/comercializadas, quer dos valores auferidos.

Áreas e produções de algumas flores de corte na RAM

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Áreas e produções de algumas folhagens na RAM

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Assim, a produção geral do sector florícola/ornamental madeirense verificada em 2021 foi da ordem das 15,413 milhões de flores/hastes e folhagens, +16,6% que em 2020, quando este valor ascendeu a 13,216 milhões.

Já quanto ao rendimento gerado, o sector florícola, em 2021, rendeu cerca de 7,26 milhões de euros, o que representou um aumento de 7,5% em relação a 2020, quando este valor ascendeu a 6,75 milhões de euros.

Mantendo-se a paulatina retoma das atividades consumidoras de flores cortadas e plantas ornamentais, é esperado que dentro de 2 a 3 anos, o rendimento da floricultura regional volte a centrar-se entre os 10,5 a 11,3 milhões de euros, sendo este o valor mais indicativo da importância económica do sector.

Rendimento do sector florícola na RAM

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