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Meteorologia agrícola
A informação técnica semanal!

apuramentos meteorologicos (LEGENDA)

Segundo os apuramentos meteorológicos de 8 de agosto a 14 de agosto (ver quadro), verificaram-se dias de muito calor, conforme previsto. A intensidade média do vento, com valores, que não interferem, duma maneira geral, com a realização de operações culturais, nomeadamente a aplicação de produtos fitofarmacêuticos, tendo a especial atenção de não realizar estas aplicações nas horas mais quentes do dia. Relativamente às regas, há que regar, de acordo com as necessidades hídricas das culturas. Ver no quadro, os indicadores da Precipitação (P) e Evapotranspiração potencial (ETP), que indiciam claramente essa realidade.
A previsão do estado do tempo para os próximos dias reserva-nos na costa sul, pouca nebulosidade e/ou céu limpo até 17 de agosto, a norte o IPMA prevê a possibilidade de chuviscos ou chuva fraca, para o próximo dia 19 (sábado).

A lepra do pessegueiro

Na RAM, os pessegueiros apresentam sintomas causados por um fungo designado por Taphrina deformans (Berk.) Tul. e que provoca a lepra do pessegueiro.

lepra pessegueiro
Folha de pessegueiro infetada pelo
Taphrina deformans (lepra)

É uma doença que pode causar graves prejuízos na produção de pêssegos, quer sejam pubescentes ou glabros (nectarinas). É frequente nos pessegueiros na RAM, devido às condições de humidade ótimas ao seu desenvolvimento, que quase todos os anos aqui se verificam desde a rebentação. O seu nome deve-se  aos empolamentos caraterísticos nas folhas e frutos atingidos.

Efeitos da doença na cultura

  lepra pessegueiro 1
 Aspeto geral dum pessegueiro infetado por
Taphrina deformans (lepra)

A lepra do pessegueiro ataca as folhas, os rebentos e mais raramente as flores e os frutos. A doença pode afetar apenas algumas folhas ou atingir quase totalmente a folhagem. As folhas infetadas distinguem-se pela cor avermelhada ou mais pálida que o normal e tomam um aspeto empolado, torcido e enrolado, além de ficarem mais espessas e quebradiças. As folhas que não caírem logo no início da primavera vão ficando acastanhadas, enrolam em espiral e caem no início do verão. Após esta queda prematura das folhas, os gomos darão origem a novas folhas, o que contribui para enfraquecer a árvore. Por vezes os gomos terminais são também atingidos, ficando mais curtos e enrolados. Mais tarde, tomam uma cor verde pálida ou amarela, dão apenas folhas encarquilhadas e acabam por secar. As flores afetadas abortam e não chegam a dar frutos ou se os dão, estes não crescem, apresentam aspeto verrugoso e descolorido e caem prematuramente. Duma forma geral, as árvores enfraquecem e ficam mais vulneráveis aos frios do inverno. No ano seguinte, a frutificação pode ser seriamente diminuída.

 

previsoes meteorologicas (NOTA)

Biologia do fungo

O fungo passa o inverno nas anfractuosidades (cavidades) dos ramos ou nas escamas dos gomos. Na primavera, ao abrolhamento, a chuva e o vento transportam os esporos para os gomos foliares, onde se desenvolvem, causando os estragos já referidos.

Fatores que favorecem a doença

O inverno ameno e húmido favorece a conservação do fungo. A primavera húmida e fria prolonga a recetividade da árvore à doença. Esta causará maiores estragos com tempo frio e húmido na altura em que os gomos foliares saírem do repouso invernal e começarem a entumescer. Os calores precoces da primavera são desfavoráveis à progressão da doença. No início do verão, a subida das temperaturas e o tempo seco interrompem o seu desenvolvimento.

Tratamentos químicos

Podem ser feitos tratamentos preventivos eficazes no início do inchamento dos gomos foleares.

Realização do 1.º tratamento

O gomo alonga-se ligeiramente - muito cedo

Observando pela parte de cima, pode ver-se no centro das escamas do gomo a ponta verde ou avermelhada da primeira folha - altura ótima

A ponta verde alonga-se e destaca-se ligeiramente das escamas. É visível, mesmo olhando o gomo de lado - muito tarde

Os tratamentos com caldas à base de cobre muito cedo, ao início do inchamento dos gomos foleares, asseguram uma proteção eficaz dos pessegueiros contra a lepra.

Após a instalação da doença no pomar, a eficácia dos tratamentos será mais incerta. No decorrer da vegetação e no caso de ocorrerem períodos de chuva persistentes, devem ser aplicadas apenas caldas à base de zirame, tirame, dodina ou enxofre, pois o cobre é fitotóxico para a vegetação dos pessegueiros.

Manter o alerta, nesta época de maior calor, para iminência dos incêndios, recomenda-se a limpeza das matas e também evitar o acumular de resíduos vegetais facilmente combustíveis (madeira e folhagem) na sua exploração agrícola, a fim de prevenir eventuais incêndios.

Para mais informação relativamente à prevenção e/ou tratamento deverá contactar o seguinte serviço da Direção Regional de Agricultura:

Direção de Serviços de Desenvolvimento da Agricultura /DSDA
Divisão de Assistência Técnica à Agricultura /DATA
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Telef.: 291 211 260

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