Nos dias 12 e 13 de julho de 2016 decorreram na Ilha Terceira, Açores, as II Jornadas Divulgativas sobre Moscas da Fruta nos Açores, Madeira e Canárias, que tiveram por objetivo publicitar o trabalho realizado sobre a mosca Ceratitis capitata, e falar sobre as moscas Drosophila suzukii (mosca dos pequenos frutos) e Bactrocera dorsalis, promovendo o debate entre produtores, comerciantes e técnicos de diferentes áreas.
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Ceratitis capitata |
Das diversas apresentações salientaremos neste artigo os principais resultados e conclusões. Foi realçada a importância dada à pesquisa de plantas e óleos essenciais para utilização como repelentes/ atrativos/inseticidas sobre as moscas da fruta, salientando-se aqui o trabalho desenvolvido na Direção Regional de Agricultura (DRA) sobre a combinação de Cedronella canariensis e Allium sativum na repelência da mosca do mediterrâneo.
Também foi dada grande importância à necessidade de utilização dos parasitoides existentes em cada região que atuam sobre estas pragas, salientando-se mais uma vez as ações decorridas na Madeira pela DRA, de prospeção, multiplicação e largada de parasitóides. De referir que atualmente a maioria das amostragens realizadas na Madeira mostram larvas de Ceratitis parasitadas, não se sabendo bem qual será a influência no futuro sobre esta praga, agora também sob pressão da D. suzukii.
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Drosophila suzukii |
Concretamente sobre a proteção contra a mosca do mediterrâneo nos pêssegos, foi demonstrado ser economicamente viável a utilização do “embolsamento”, isto é, a utilização de sacos cobrindo os frutos, nos pomares de dimensão existentes nestas regiões, havendo que contornar o efeito psicológico da sua utilização.
Sobre a Drosophila suzukii, a experimentação de armadilhas e atrativos mostraram ser a cor vermelha e o vinagre de sidra, as melhores combinações a utilizar pelos produtores.
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Bactrocera dorsalis |
Para além do trabalho acima exposto desenvolvido na RAM foi apresentada a atividade realizada ao longo de vários anos e que serviu de modelo aos Açores: técnica do inseto esterilizado que assenta sobre a aplicação de várias técnicas em simultâneo, nomeadamente a produção e libertação de machos esterilizados, as ações de divulgação incentivando a utilização de armadilhas, a recolha e destruição de fruta e plantas hospedeiras; técnicas que mostraram ser perfeitamente enquadráveis no controlo de outras pragas como a D. suzukii e a Cydia pomonella.
Luís Dantas Direção Regional de Agricultura
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