A anoneira (Annona cherimola Mill.) pertence à família das Anonáceas e é uma planta nativa das terras altas da cordilheira dos Andes.
As anoneiras são árvores semi-caducas, que atingem alturas entre 3 a 10m aproximadamente (fig.1). O tronco é cilíndrico, cor verde acinzentada. Os ramos são densos, com folhas com 10 a 25cm de comprimento e as flores são hermafroditas, com 2,5cm de comprimento e com um pedúnculo curto (fig.2). O fruto é cordiforme, cónico ou irregular, com a epiderme reticulada lisa ou com pequenas protuberâncias, de cor verde clara, peso variável entre 100 e 2 000gr (fig.3). A polpa é branca, cremosa, sumarenta e com elevado valor alimentício (fig.4). O sistema radicular é superficial e ramificado.
A temperatura ótima para o seu desenvolvimento é 18-20ºC e a humidade relativa 60-80%. Prefere zonas com boa exposição solar e abrigadas do vento.
Na RAM, esta cultura distribui-se pelas altitudes compreendidas entre os 30 a 600m na vertente sul e os 30 a 280m na vertente norte.
Quanto aos solos, esta fruteira tem preferência por solos de textura franca (argilo-arenosos), com pH entre 5,5 e 6,5, relativamente férteis, arejados e bem drenados.
A propagação pode ser seminal, dando origem a grande variabilidade de plantas, ou vegetativa (enxertia).
Na Madeira, a plantação desta fruteira pode ser realizada durante todo o ano, havendo, no entanto, preferência pelo período que decorre de março a maio. O compasso mais utilizado na ilha é de 5x4; 5x5 e 6x6m. Em áreas muito pequenas opta-se por dispor as plantas em triângulo. As linhas devem ser orientadas no sentido este-oeste. A condução da árvore é feita em eixo ou vaso.
Durante os primeiros 3-4 anos realiza-se a poda de formação. A partir do 4.º ano realiza-se a poda de frutificação.
A árvore entra normalmente em produção aos 3 anos de idade. A produção média por árvore adulta é 40-50kg.
A colheita é realizada de meados de Setembro a Maio do ano seguinte, conforme a variedade e altitude. As variedades regionais consideradas precoces são a "Perry Vidal", "Mateus" e "Mateus I", as tardias são a "Madeira", "Funchal" e "Carlos Serrão".
As principais doenças da anoneira são a antracnose (fig.5) que afecta a parte aérea da árvore, e a podridão-branca-das-raízes que atinge a parte radicular da fruteira (fig.6). As pragas mais importantes são a mosca da fruta (fig.7), as cochonilhas (fig.8) e os afídeos (fig.9).
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fig. 2 fig. 3 |
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fig. 6 |
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fig. 8 |
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Paula Rocha