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Nutrição e fertilidade

nutricao fertilidade DICAs 1 No dia 4 de Setembro assinalou-se o Dia Mundial da Saúde Sexual.

O que será que este tema tem a ver com nutrição?!

A nutrição tem ganho grande destaque nos últimos anos, quer na importância que é dada no âmbito da saúde, quer no destaque nos meios de comunicação social e redes sociais, entre outros. No entanto, grande parte da informação veiculada prende-se com o emagrecimento, apesar de sabermos da importância da alimentação/nutrição a vários níveis na nossa saúde, entre os quais a fertilidade.

Assistimos nos dias de hoje a uma inversão a nível demográfico, quer a nível mundial como nacional. Temos cada vez mais população idosa para o número de jovens e o nível de fertilidade em Portugal é de 1,4 (abaixo dos necessários 2,1 para a substituição de gerações).

A idade média das mães de primeira viagem está a aumentar, situando-se o primeiro filho, em média, entre os 35 e 44 anos, por várias questões, entre as quais se destacam as profissionais.

A idade mais avançada acarreta, muitas das vezes, uma maior dificuldade em engravidar e um período de tempo maior até à conceção. Mas não é só a idade que tem impacto na fertilidade, quer da mulher, quer do homem. Várias perturbações funcionais poderão estar também na génese, como distúrbios da tiróide, síndrome dos ovários poliquístico, endometriose ou doença celíaca, entre outros.

 

Por outro lado, os estilos de vida têm-se mostrado cada vez mais importantes e revelam-se como fatores a considerar, quando se está perante uma possível infertilidade dos futuros progenitores.

• Fatores ambientais, como o contacto na alimentação com agrotóxicos (ex.: pesticidas) e disruptores endócrinos, que são substâncias exógenas que agem como hormonas no sistema endócrino, causando alterações nas hormonas endógenas (ex.: bisfenol A - BPA);

• Défices nutricionais, como os de selénio-zinco, cálcio, vitamina D e ácido fólico, que poderão influenciar vários níveis da ovulação e da espermatogénese;

• Índice de massa corporal (IMC)

o Na mulher, tanto a magreza como o excesso de peso aumentam o risco de infertilidade, além de serem fatores de risco no desenvolvimento fetal e para a saúde da mãe;
o O homem com obesidade tem uma probabilidade três vezes maior de produzir sémen de qualidade inferior, bem como uma concentração de esperma menor, comparando com um homem com um peso dentro da normalidade (IMC abaixo de 25kg/m2).

Por onde podemos começar?!

Além da estabilização do peso, da redução da exposição a disruptores endócrinos (reduzindo, por exemplo, a utlização de plásticos no aquecimento e armazenação dos alimentos) e da normalização de défices nutricionais (se detetados), outros aspetos como regular a microbiota intestinal (bactérias benéficas do intestino) com pré/próbióticos, aumentar a proteína vegetal em detrimento da animal (aumentar as leguminosas, como o feijão, e reduzir o consumo de carne), aumentar a ingestão de antioxidantes na alimentação (presentes nos hortícolas e frutas, garantindo uma boa variedade de cores), aumentar o aporte de ómega 3 (peixes gordos, oleaginosas e sementes), reduzir a exposição ao excesso de açúcar e gorduras trans (doces, folhados, etc.), bem como garantir uma boa higiene de sono e modulação do stress diário, são algumas das mudanças ao nível do estilo de vida que podem ter uma reflexo importante na fertilidade do casal.


Beatriz Azevedo
Nutricionista (CP - 4055N)
SESARAM, EPERAM

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