Literacia em alimentação saudável

No passado dia 8 de setembro celebrou-se o Dia Internacional da Alfabetização.

Hoje, vivemos num mundo cada vez mais preocupado com a sua saúde e, invariavelmente, com a sua alimentação.

Se há uns anos deparávamo-nos com falta de informação sobre nutrição e falta de valorização desta ciência tão vasta, é possível encontrar atualmente muita informação, seja na Internet, redes sociais, comunicação social, Chat GPT, etc.

É possível definir dois termos diferentes relativamente a este tema.

A literacia nutricional refere-se à capacidade de compreender informações relacionadas com nutrientes, enquanto a literacia alimentar abrange todos os conhecimentos e competências necessários para escolhas alimentares e comportamentos mais saudáveis, esta última a mais importante para a maioria da população.

Várias questões se levantam, seja nas consultas de nutrição, num banal café de esplanada ou na internet: O que comer? Quanto comer? Será que o horário das refeições é tão importante? Como poupar na alimentação mantendo os cuidados? Será o impacto no ambiente relevante ou não?

E com estas questões surge também o terrorismo nutricional… O glúten inflama o nosso organismo, nenhum adulto devia ingerir laticínios, os hidratos de carbono são o vilão, etc.

Surge então a dúvida: Será toda esta informação fidedigna?

A resposta é clara… Não!

Apesar do fácil acesso à informação, é importante não nos esquecermos que o conhecimento teórico, principalmente na área da saúde e da nutrição, não basta.
Os profissionais de saúde, como os nutricionistas, passam por vários anos de formação em diferentes áreas, não só em cadeiras específicas de nutrição, mas também como a bioquímica, anatomia, microbiologia, fisiologia e psicologia, entre muitas outras.

Os nutricionistas estão, por isso, capacitados para fazer as recomendações ou aconselhamentos alimentares e a prescrição de plano dietético, de acordo com o estado nutricional ou situação clínica de cada indivíduo, adaptado às suas necessidades diárias, preferências individuais, rotinas de trabalho, condições socioeconómicas, tradições e cultura familiar, etc.

Assim, quando lhe surgirem dúvidas específicas ou existir vontade de mudar os seus hábitos alimentares para melhor, em vez de um simples “click” online, prefira sempre procurar profissionais especializados na área.

Por fim, uma sugestão de leitura sobre esta temática: um compêndio de livros informativos de fácil compreensão, mas muito completos, publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos: https://www.ffms.pt/pt-pt/livraria/literacia-alimentar.

Beatriz Azevedo
Nutricionista (CP - 4055N)
SESARAM, EPERAM