Meteorologia agrícola
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(LEGENDA) De acordo com os apuramentos meteorológicos do período compreendido entre 20 e 26 de outubro (ver quadro), verificamos um agravamento das condições climáticas relativamente à semana anterior, por um período apenas de três a quatro dias, voltando novamente à normalidade, sendo que as temperaturas continuam a baixar paulatinamente. Continuamos com instabilidade nas condições climatéricas, por este motivo, as regas, deverão ser reduzidas. A aplicação de produtos fitofarmacêuticos, deverá apenas ocorrer nos períodos de ausência de precipitação, com especial atenção também, à velocidade do vento. Nos locais em que os valores registados da precipitação (P) sejam superiores aos da Evapotranspiração potencial (ETP), ver quadro, poderemos reduzir a frequência das regas, inclusive suspendê-las. Nas previsões climáticas para a próxima semana (até 5 de novembro), são esperadas melhorias, ou seja, apesar da continuação de nebulosidade em toda a região, os níveis de precipitação irão baixar muito, em especial a sul da região, temperaturas médias continuarão amenas. A existência de chuvas outonais, alternando com dias de sol, (humidade relativa alta), proporciona condições ótimas, para o aparecimento de fungos. Podridão Cinzenta (Botrytis cinerea) em Kiwis (Actinídea deliciosa) O fungo Botrytis cinerea está na origem da chamada "podridão cinzenta" dos frutos, nomeadamente kiwis. Influência da podridão cinzenta na conservação dos kiwis
A podridão cinzenta (Botrytis cinerea) é um dos principais obstáculos à conservação de longa duração dos kiwis, podendo causar perdas superiores a 50%. O ataque nos frutos manifesta-se apenas algumas semanas e/ou meses após a colheita e pode variar conforme os anos e os pomares, sob a influência de fatores como: • terrenos pesados e mal drenados; • permanência prolongada do fruto molhado antes da colheita (chuvas outonais); • sistemas de condução do pomar que dificultam o arejamento dos frutos; • elevada relação entre azoto e cálcio nos frutos; • elevado inóculo do fungo; • colheita precoce; • tecnologia de conservação incorreta (RSR < 6,5%, refrigeração imediata (sem cura - "curing"), elevada concentração de CO2 na câmara). Sintomas Os tecidos atacados apresentam cor verde mais escura que os sãos e pode aparecer o característico micélio e esporulação (“bolor”) do fungo na superfície do fruto (foto 2).
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(NOTA) A polpa torna-se verde escura e de consistência mole e aquosa, com as margens da parte afetada bem definidas em relação à parte ainda sã do fruto (foto 3).
Os sintomas não são visíveis no pomar, mas apenas após um mês de conservação na câmara, a partir do polo peduncular do fruto. A infeção dá-se pelas lesões, sobretudo provocadas na colheita, mas também através de todas as micro-lesões causadas por práticas incorretas de laboração pós-colheita (ferimentos na casca e polpa, choques, compressão dos frutos em recipientes demasiado cheios). Proteção Têm grande influência na prevenção e controlo da Botrytis as práticas culturais - irrigação, fertilização e sobretudo a poda. Deve-se proceder a podas em verde, a fim de obter um melhor arejamento, iluminação e exposição dos frutos ao sol. Tratamentos do pomar com fungicidas anti-botrytis têm-se mostrado pouco eficazes, além de serem de difícil execução. É mais eficaz a imersão dos frutos em caldas fungicidas antes da entrada na câmara frigorífica. O retardamento do início da refrigeração por 24 a 72 horas, à temperatura de 12 a 18ºC, seguida de um gradual abaixamento da temperatura na câmara, induz a resistência dos frutos à infeção pela Botrytis. Esta técnica designada por "curing", pode ser complementada pela imersão dos frutos em caldas fungicidas à entrada da câmara frigorífica. Além da Botrytis, outros fungos podem desenvolver-se e causar perdas durante o período de conservação na câmara - Phialophora, Penicillium, Botryosphaeria, Phomopsis. Medidas preventivas Medidas essenciais para reduzir os problemas causados pela Botrytis e outros fungos durante a conservação: • Rejeição dos frutos muito maduros; • os cuidados na colheita e pós-colheita (seleção, calibragem), evitando ferimentos e lesões nos frutos; • manter condições de conservação adequadas (temperatura, humidade e ventilação das câmaras frigoríficas). Miguel Teixeira |
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Para mais informação relativamente à prevenção e/ou tratamento, deverá contactar o seguinte serviço da Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural: Direção de Serviços de Desenvolvimento Agronómico /DSDA |
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