A alimentação artificial em abelhas |
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A falta destes nutrientes ocorre geralmente em períodos prolongados de frio, chuva ou seca ou ainda em calamidades (incêndios, por exemplo) e tem como consequência a morte das crias e das colmeias, o surgimento de doenças e/ou a fuga do enxame. Nos períodos de maior escassez de alimento, as abelhas podem voar durante aproximadamente 4 horas na procura de alimento. No entanto, estes voos provocam o seu enfraquecimento e, por conseguinte, a redução da esperança de vida das mesmas. Há que ter em atenção a época da floração. Se as plantas tiverem com défice hídrico (falta de água no solo), a flor não produz o néctar suficiente para a alimentação das abelhas. Nas abelhas jovens, a desnutrição prejudica o desenvolvimento do tecido muscular das asas e glândulas, inclusive da glândula hipofaringeana, produtora de geleia real, que é o alimento fornecido à rainha e às larvas até aos 3 dias de idade. A falta de mel e geleia real reduz a capacidade de postura da rainha e a sobrevivência das crias. Deste modo, a alimentação artificial do enxame assume relevante importância, dado que é uma excelente ferramenta, utilizada pelos apicultores, na obtenção de exames populosos já no início da floração, garantindo bons serviços de polinização e boas produções de mel. Existem dois tipos de alimentação artificial: a líquida e a pastosa. Os chamados "xaropes" ou "caldas" são o resultado da solubilização de alimentos secos em caldas aquosas de açúcar, glicose ou mel. Fornecem alimentos de forma altamente estimulante ao crescimento dos enxames, sendo muito atrativos às abelhas e rapidamente consumidos. Exemplos de alimentos líquidos: Xarope de açúcar - Adicionar à água a levantar fervura o açúcar na proporção de 40 a 50% de água e 50 a 60% de açúcar cristal, mascavado ou refinado. Xarope de açúcar e mel - 2 partes de xarope de açúcar acrescido de 1 parte de mel. Este alimento é estimulante para a postura da rainha. Xarope proteico: 55% açúcar e 40% de água acrescido de 5% de proteína vegetal texturizada, como farinha de soja ou levedura de cerveja.
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Os alimentos pastosos, por sua vez, constituem o tipo ideal de alimentação artificial a ser fornecida. Atua na manutenção do enxame como também no estímulo à postura da rainha e ao crescimento populacional do enxame. Além de boa aceitação pelas abelhas, permite a adição de vários componentes proteicos, geralmente em pó, e apresentam boa durabilidade nos alimentos ou em armazenamentos rápidos. Conhecidos por "tortas", são obtidos através da mistura lenta e gradual de mel ou xarope ou açúcar invertido com alimentos secos, em pó (farinhas) ou cristais (açucares), até alcançar uma consistência pastosa. Exemplos de alimentos pastosos: Pasta energética - adição simples de mel ou xarope a açúcar mascavado; Pasta energética proteica - adição prévia de um preparado proteico em pó, acrescido ao açúcar ou não, até atingir o ponto pastoso.
No lugar do mel, pode ser usado xarope ou açúcar invertido (*), no entanto, o mel deixa o alimento mais atrativo. É importante que os farelos estejam bem moídos, caso contrário, as abelhas rejeitam o alimento. Abastecer entre 1 a 2kg por colmeia, conforme a necessidade de cada colmeia e aproximação da floração. NOTA: (*) Açúcar invertido Ingredientes: 5kg de açúcar, 1,7 litros de água e 5g ácido cítrico. Modo de fazer: Colocar a água e o açúcar num tacho ao lume. Quando libertar vapor adicionar o ácido e deixar em lume brando durante 40 a 50 minutos. Bibliografia: - Wolff, Luis Fernando. Embrapa Clima Temperado - Estação Experimenta Cascata- Setor Apicultura, Meliponicultura e Polinização Alimentação artificial estimulante em apicultura sustentável. - Wolff, Luis Fernando. Embrapa Clima Temperado. Alimentação de enxames em apicultura sustentável. Dezembro/2007. In: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento online. (fotos retiradas da internet)
Dalila Gomes |
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