As couves repolho pertencem à família das Crucíferas e à espécie Brassica oleracea L, sendo de destacar duas variedades:
Brassica oleracea var capitata, que engloba os repolhos de folha lisa
e a Brassica oleracea var bullata, onde se inclui couves lombardas (repolhos de folha frisada).
São plantas bianuais, com uma raiz aprumada provida de numerosas raízes laterais, responsáveis pela absorção de água e nutrientes. Os talos são pouco ramificados e eretos. As folhas têm uma coloração verde (mais ou menos acentuado) ou roxa, têm margens inteiras, forma oval e mais ou menos ásperas ao tacto, sendo esta característica que diferencia as duas variedades. Em consequência de uma hipertrofia da zona terminal do caule e da disposição abraçante que as folhas superiores assumem, acabam por formar os repolhos, onde se acumulam reservas importantes. Normalmente, quando a cultura é feita para fins comerciais, é nesta fase que se faz a colheita. Porém, se se deixar a planta no solo (para a produção de semente, por exemplo), no ano seguinte a couve irá aproveitar estas reservas para a emissão do talo floral e para a produção de semente.
Os repolhos de folha lisa são mais apertados que os de folha frisada.
Em termos de ciclo total da planta podemos distinguir três períodos:
1- a fase de crescimento da planta, com formação abundante de folhas, onde se acumulam as reservas para as fases posteriores, cujo termo coincide com a formação do repolho. Em termos agrícolas/produção de repolhos, o ciclo desta espécie acaba aqui;
2- a fase de iniciação da formação dos primórdios florais;
3- e a fase de crescimento dos talos florais, que termina com a formação de flores e formação de sementes.
Como já se referiu, para o agricultor o que mais interessa é a primeira destas fases, devendo tomar todos os cuidados com o desenvolvimento da planta, dotando-a de toda uma série de cuidados especiais, que concorram para um produção final coadunante com os objectivos a que se propôs, nomeadamente um bom trabalho do solo, uma boa adubação, cuidados fitossanitários equilibrados, entre outros.
Ricardo Costa