1 1 1 1 1 Pontuação 5.00 (1 Votos)

A importância da vacinação nos coelhos – DHV

vacinacao coelhos 1 A Doença Hemorrágica Viral (DHV) é uma doença infectocontagiosa que afeta os coelhos, causada por um calicivírus. Foi descrita pela primeira vez em 1984, na cidade de Wuxi, na província de Jiangsu da China, em coelhos domésticos importados da República Democrática da Alemanha. Disseminou-se para a Coreia e para a Europa, onde foi detetada pela primeira vez em Itália (1986). A partir daí, espalhou-se para o resto da Europa, tornando-se endémica em muitos países.

Na Península Ibérica, foi reportada pela primeira vez em 1988, tanto em Espanha como na ilha da Madeira, e, subsequentemente, no Arquipélago de Açores, levando a uma redução drástica das populações selvagens.

vacinacao coelhos 2
Fonte: https://www.fmv.ulisboa.pt/atlas/respiratorio/
paginas_pt/respir_008.htm
 

A DVH é altamente contagiosa, transmitindo-se quer por contacto direto, quer indireto (através de objetos contaminados, roedores e insetos). Os objetos contaminados, se não forem lavados e desinfetados, podem ser uma fonte de contágio, mesmo após a eliminação dos animais doentes.

A doença surge cerca de um mês após o início da época de reprodução e apresenta maior prevalência no fim do inverno e na primavera. O período de incubação da doença varia entre um e três dias.


 

Clinicamente, a DHV pode assumir três formas:

Forma hiperaguda – característica do primeiro surto da doença em determinado local. Ocorre a morte súbita, sem observação de sinais clínicos. Pode ocorrer uma descarga sanguinolenta espumosa das narinas ou hemorragia vaginal;

Forma aguda – predominante em áreas onde a doença se tornou epidémica. Os animais apresentam depressão, relutância ao movimento e anorexia. Geralmente, ocorre taquipneia e cianose das mucosas e pele. Alguns animais apresentam distensão abdominal, obstipação ou diarreia e hematúria. Podem assumir um decúbito lateral e movimentos descontrolados dos membros. Cerca de 20% dos animais apresentam descarga sanguinolenta espumosa das narinas;

Forma subaguda – após um curso epidémico. Exibem depressão, anorexia e febre, assemelhando-se à forma aguda. Estes sinais clínicos geralmente duram dois a três dias e a maioria dos animais sobrevive ficando resistentes à reinfeção.

A mortalidade pode variar entre os 50% e 100%. Os coelhos que sobrevivem à doença permanecem como portadores e podem continuar a excretar vírus durante aproximadamente um mês.

A prevenção da doença faz-se através da vacinação e controlo de insetos e objetos contaminados. Os coelhos podem ser vacinados a partir dos 30 dias de idade. As revacinações são normalmente anuais.

O serviço de vacinação de coelhos de produção contra a DHV tem sido assegurado, a baixo custo, pela Secretaria Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural, através da Direção de Serviços de Desenvolvimento Pecuário, da Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural. Para mais informações, pode contactar a Direção de Serviços, sita à Avenida do Mar e das Comunidades Madeirenses, n.º 23 – 2.º andar, através do telefone 291 201 790 ou do e-mail Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar..

Bibliografia
- Santos, Fábio. (2018). Quadro anatomo-histopatológico e diagnóstico molecular da doença hemorrágica viral em coelho-bravo. [Dissertação de Mestrado, Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa]. 


Mariana Melim Encarnação
Médica Veterinária
Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural
Direção de Serviços de Desenvolvimento Pecuário
Divisão de Assistência Pecuária

Comentar

Código de segurança
Atualizar

Este sítio utiliza cookies para facilitar a navegação e obter estatísticas de utilização. Pode consultar a nossa Política de Privacidade aqui.