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Os cuidados básicos para com os diferentes tipos de animais de companhia

cuidados animais de companhia 1 Os cuidados básicos para com os diferentes tipos de animais de companhia variam e muito. Contudo, a qualquer animal de companhia é recomendada uma consulta por ano com um médico veterinário, por forma a garantir a sua saúde e bem-estar, efetuando a sua anamnese, as desparasitações externas e internas e as vacinações obrigatórias/recomendadas para cada espécie.

Passamos a referir algumas dicas generalistas:

· Durante os meses mais frios, devemos controlar a temperatura e condições do alojamento dos animais de companhia, mantendo-os em local quente e resguardado de chuva, frio e correntes de ar. Por outro lado, no período mais quente é importante controlar a temperatura e as condições do alojamento de todos os animais de companhia, quer sejam peixes num aquário, uma ave ou coelho/roedor em gaiola ou um cão/gato, mantendo-os em local fresco, com acesso a sombra e água sempre disponível. Por exemplo, se tiver gatos ou cães brancos deve colocar protetor solar sem filtros químicos nas suas orelhas e plano nasal.

· Na época dos arraiais e da nossa Festa em dezembro, por ser tradição lançar foguetes/fogo-de-artifício, mantenha o seu animal o mais protegido possível, abrigando-o no interior, evitando assim ataques de pânico, que podem culminar numa fuga desorientada, principalmente na noite de Ano Novo.

· Para uma boa planificação das suas férias e dos seus animais, pode optar por os manter em casa e ter alguém que os visite e por eles seja responsável, não alterando assim as suas rotinas, ou optar por, no caso de cães e gatos, hospedá-los num hotel devidamente autorizado.

· Lembre-se que o seu animal de companhia apenas pode comer a comida dele, já que outros alimentos podem provocar-lhe problemas digestivos. Mais alertamos que, antes de dar os seus doces ao seu animal de estimação, esteja ciente de que o chocolate é tóxico para cães e gatos, podendo ser mortal.

· Reiteramos que adotar um animal de companhia é uma atitude consciente, que envolve reflexão, ponderação e decisão, e que obedece a um enquadramento legislativo. É um compromisso a longo prazo, em que prometemos ao nosso animal de companhia ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-o e respeitando-o até que a morte nos separe, e em que o “divórcio” não é uma opção, visto estes serem inteiramente dependentes do detentor.

Devem estar SEMPRE presentes as 5 LIBERDADES DO BEM-ESTAR ANIMAL:

· Livre de fome e sede

Os animais devem ter sempre disponível água fresca e limpa e deve ter acesso a comida adequada à espécie e na quantidade necessária para se manter saudável;

· Livre de desconforto

Os animais devem ter uma casa adequada, incluindo um abrigo, espaço/oportunidade para se exercitar e um local confortável para descansar e se esconder;

· Livre de dor, ferimentos e doença

Os animais devem ser protegidos da dor, sofrimento, angústia e doença e devem ser tratados por um médico veterinário quando estão doentes ou feridos;

· Livre para exprimir o seu comportamento normal

Os animais devem ter espaço suficiente e instalações adequadas que permitam que se comportem normalmente;

· Livre de medo e angústia

Os animais devem ter companhia adequada. As condições e os tratamentos devem evitar o sofrimento mental.

Quanto à manutenção de peixes ornamentais, a profilaxia é o método mais indicado para a manutenção de peixes.

A água é o elemento vital para o bem-estar e sobrevivência de peixes e plantas. Esta deve ser monitorizada regularmente, mudada parcialmente com alguma frequência e os filtros limpos rotineiramente. Nas épocas do ano em que se regista maior amplitude da temperatura – primavera e outono, associada à alteração do sistema imunitário dos peixes, deve ser aplicado um método preventivo das doenças mais comuns (ex. nos peixes de água doce: Ictio, Saprolegniose - doença do algodão, hidropsia e podridão das barbatanas).

Assim, os cuidados com a água do aquário e os peixes são determinantes para ter animais saudáveis e o aquário bonito. A alimentação deve ser adequada quer à espécie, quer ao tamanho do peixe.

Falando um pouco de tartarugas, temos que é um animal de sangue-frio e, para regular a sua temperatura corporal, é preciso que o seu habitat seja o mais parecido à sua zona de origem, quer seja terrestre, quer seja aquática.

Para as tartarugas aquáticas, uma tartarugueira onde tenha acesso a uma superfície seca para descansar e aquecer e água para que possa nadar e se alimentar. A água de uma tartarugueira pequena, de menos de 15 litros, deve ser renovada na íntegra duas vezes por semana, pois é lá que a tartaruga elimina as suas fezes e urina, que podem conter três tipos de nitrogenados (amónia, ureia e ácido úrico), tornando-se tóxica. 

 

Na sua maioria, são omnívoros que se alimentam com proteínas animais e com plantas. Quando ainda são jovens e se encontram na fase de crescimento, precisam de uma percentagem um pouco mais alta de proteínas, mas quando são adultas mais de 50% da dieta deve estar formada por vegetais frescos.

Terá também que adicionar um suplemento de cálcio e vitaminas para répteis duas vezes por semana. Recordamos que, para a correta absorção do cálcio, a tartaruga deve receber luz solar direta ou radiação UVB/UVA de uma lâmpada para répteis.

Para as tartarugas terrestres, é fundamental ter luz UVB /UVA natural ou lâmpada no terrário, um esconderijo, uma taça para água e outra para a comida e ter algumas plantas falsas para servirem como esconderijo. Se optar por plantas verdadeiras, tenha atenção à sua toxidade e também deverá ter um substrato adequado à espécie da sua tartaruga.

É necessário também controlar a temperatura e humidade do habitat da sua tartaruga e ter em atenção os requisitos da sua espécie, para tal, deverá ter um higrómetro e um termómetro.

O terrário também deverá ter uma zona quente e uma zona mais fria para a sua tartaruga poder regular a sua temperatura interna.

A maioria das tartarugas terrestres são herbívoras e a sua alimentação deverá ser constituída por gramíneas, plantas, flores e alguns frutos. A sua alimentação deve conter um alto teor de fibra e cálcio e baixo teor de proteínas. Para ter uma tartaruga saudável, deverá variar a sua alimentação.

Falando dos coelhos e pequenos roedores (hamsters, ratinhos e porquinhos-da-Índia) é importante que coloque a gaiola num sítio confortável, que não seja muito exposto ao frio e ao barulho. O local deverá ser seguro e não deverá ter acesso a nada que o animal possa estragar (fios elétricos ou outras peças que ele possa engolir). Os coelhos adoram roer fios e cordas, pelo que tenha atenção quando os solta pela sua casa.

Disponibilize-lhes brinquedos, que são extremamente importantes para estes animais, porque, à medida que vão brincando, garantem que os dentes são mantidos no tamanho correto e não cresçam demais, dado os seus dentes terem crescimento contínuo.

A alguns deles é importante escová-los e deverá cortar as unhas sempre que necessário com utensílio apropriado.

Para a criação de aves ornamentais de qualquer espécie, certos cuidados básicos devem ser adotados para a manutenção da higiene na gaiola e prevenção de doenças nas aves. Muitas das doenças são causadas pela falta de limpeza nos comedouros e bebedouros, por exemplo.

Existem sementes e rações especiais para aves. Procure os específicos para a sua espécie de ave. Pode também disponibilizar frutas e verduras, retirando os restos de comida da gaiola para não apodrecerem. Troque a água e limpe o bebedouro todos os dias.

Deve colocar a banheira com água ou com areia para o banho das aves de 2 a 3 vezes por semana. Para as fêmeas em período de reprodução, a banheira deve ser colocada todos os dias, para que os ovos possam humedecer. O banho também é muito importante para a mudança das penas e sua manutenção.

Os comedouros devem ser limpos periodicamente e, no caso de alimentos frescos, como frutas e verduras, devem ser lavados assim que o alimento for retirado.

Aves muito agitadas ou muito desanimadas podem ser sinais de algum desconforto ou doença. Identifique se a gaiola está bem posicionada, em lugar arejado, mas sem correntes de ar, e se o seu tamanho é adequado à ave. Certos sinais físicos também são indícios de problemas, como a troca de plumagem frequente e fora de época. Isso pode ter como causa alimentação inadequada, doenças de pele, parasitas, etc. Somente um veterinário saberá diagnosticar e medicar o pássaro.

No caso de canídeos e felídeos, alguns dos Municípios da RAM efetuam campanhas oficiais de vacinação antirrábica, identificação e controlo de outras zoonoses, sendo que a vacinação antirrábica é obrigatória em todos os cães com mais de três meses de idade.

Apesar de não ser obrigatório, é recomendada a vacinação contra doenças infetocontagiosas próprias de cada espécie, como forma de as prevenir, a exemplo, nos cães, da parvovirose canina, esgana, hepatite infeciosa, leptospirose e a tosse do canil, e, nos gatos, da panleucopénia felina (FPV), herpesvírus felino (FHV) e calicivírus felino (FCV) e leucose felina (Felv).

A desparasitação externa e interna é sempre recomendada.

A identificação de animais de companhia é obrigatória para cães e gatos, através da sua marcação e registo no SIAC, devendo ser realizada até 120 dias após o seu nascimento, sendo esta sempre prévia à vacinação antirrábica, caso se aplique.

Com o aumento das temperaturas, que favorece o aparecimento de ectoparasitas, deve desparasitar os cães e gatos ou outros animais, tanto externa (pulgas e carraças) como internamente (lombrigas e outros), caso se aplique. Deve repetir esta ação, consoante o fármaco utilizado e no mínimo durante a época mais quente do ano.

Não esqueça de proteger cães os contra a ameaça invisível da doença do verme do coração - Dirofilariose canina - potencialmente mortal. A prevenção pode ser feita de diferentes maneiras, para isso, consulte sempre o médico veterinário do seu animal.

No caso das gatas, com o aumento do fotoperíodo, em janeiro/fevereiro, elas entrarão em época reprodutiva. Caso ainda não a tenha esterilizado, faça-o ou então garanta que ela não arranja “namorado”. Desta forma, contribuirá para o controlo populacional desta espécie, através do não aparecimento de ninhadas não desejadas, que muitas vezes culminam com abandono de animais.

A esterilização dos canídeos e felídeos é recomendada, sempre que não sejam animais com fins reprodutivos existentes em alojamento com fins lucrativos devidamente autorizado, e é obrigatória para os animais de raças potencialmente perigosos que não estejam inscritos em livro de origens oficialmente reconhecido, bem como os resultantes dos cruzamentos daquelas raças entre si e destas com outras, devendo ser esterilizados entre os quatro e os seis meses de idade.


Mariana Boaventura Afonso
Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural
Direção de Serviços de Alimentação e Veterinária
Divisão de Animais de Companhia

 

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