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Meteorologia agrícola
A informação técnica semanal ao seu dispor!

apuramentos meteorologicos 25a31 agosto (LEGENDA)

De acordo com os apuramentos meteorológicos do período compreendido entre 25 e 31 de agosto (ver quadro), verifica-se que os valores de precipitação continuam extremamente baixos, praticamente nulos, com exceção feita a São Jorge Santana e Achadas da Cruz. As temperaturas continuam relativamente altas. Com estas condições, as regas têm de ser devidamente programadas (ver no quadro os indicadores da Precipitação (P) e Evapotranspiração potencial (ETP) que evidenciam essa necessidade9, pelo que se deve continuar atentos às necessidades hídricas das culturas e efetuar as regas com maior frequência. Quer as regas quer a eventual aplicação de produtos fitofarmacêuticos deverão ser sempre efetuadas nas horas de menor calor.

Nas previsões climáticas para a próxima semana (até 10 de setembro), esperam-se algumas alterações, nomeadamente mais nebulosidade em toda a Região, podendo alternar com céu limpo, as temperaturas máximas com tendência para baixar e a precipitação pouco significativa, que, a acontecer, será apenas a norte da Região.

Escaldão nos frutos (queimadura solar)

foto1.1 sinais escaldao solar acastamento
foto1.2 sinais escaldao solar acastamento  
Foto 1 – Sinais evidentes de escaldão solar,
com acastanhamento

Designa-se por escaldão a lesão na epiderme causada pela exposição dos frutos a elevadas temperaturas e intensa radiação solar. Quando exposto ao sol, o fruto pode atingir temperaturas muito superiores à temperatura ambiente, na ordem de 18 a 27 ºC acima da temperatura ambiente. A transpiração e evaporação da água ao nível dos frutos ajudam a baixar a temperatura, pelo que, estando estes em stress hídrico, ou após a colheita, o escalão pode agravar-se. O problema aumenta também quando, a um período de céu encoberto e tempo fresco, se seguem vários dias com temperaturas elevadas e céu limpo.

A alteração da posição dos ramos provocada pelo peso dos frutos, principalmente quando as produções são elevadas, contribui para uma maior exposição a este acidente fisiológico. O mesmo acontece quando os frutos colhidos ficam muito tempo expostos ao sol intenso no pomar.

Convém não confundir este tipo de escaldão, que se desenvolve no pomar, com os que estão mais estritamente ligados à conservação em frio (escaldão precoce, senescente e mole), embora o primeiro também tenha tendência a agravar-se nas câmaras.

Os sintomas, numa fase inicial, manifestam-se pelo aparecimento de manchas claras, brancas ou amareladas, no lado mais exposto que, normalmente, evoluem para castanhas após algumas semanas em conservação no frio.

Quando os efeitos são mais graves, as manchas tornam-se castanho escuras, com os frutos ainda na árvore. Perante condições muito desfavoráveis, podem ocorrer danos ao nível da epiderme e da polpa. Os tecidos afetados ficam castanhos, endurecidos e podem tornar-se esponjosos e formar uma concavidade.

 

previsoes meteorologicas 1a10 setembro (NOTA)

Na terminologia americana encontramos referência a dois tipos de escaldão:
- com acastanhamento: “sunburn browning” (foto1);
- com necrose: “sunburn necrosis” (foto 2).

No primeiro, não há morte das células, a integridade das membranas é pouco afetada, verifica-se uma degradação acelerada da clorofila e, com a maturação, o aumento dos pigmentos pode mascarar os sintomas, mas a lesão é irreversível. Este tipo de escaldão acontece quando a superfície do fruto atinge valores entre 46 e 49 ºC, o que corresponde a uma temperatura ambiente superior a 27 ºC, sendo imprescindível luz solar direta.

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Foto 2 – Sinais evidentes de escaldão solar, com necrose  

No escaldão com necrose já ocorre morte das células epidérmicas e subepidérmicas (casca) e há destruição das membranas celulares. Manifesta-se quando a superfície do fruto atinge valores superiores a 52º C, o que corresponde a uma temperatura ambiente superior a 33 ºC, não sendo necessário luz solar direta.

Como principais fatores de risco, há a referir temperaturas elevadas e céu limpo, orientação das linhas de plantação, frutos no quadrante sudoeste, produções elevadas, stress hídrico, baixa concentração de cálcio e sensibilidade varietal.

Este acidente fisiológico pode ter como consequências o desenvolvimento de doenças, a depreciação dos frutos, quebra de produção e problemas de conservação.

As estratégias de prevenção vão no sentido de evitar que a temperatura da superfície do fruto exceda os 45 ºC, o que pode ser conseguido através das seguintes práticas: podas adequadas (inverno e verão), arrefecimento por evaporação (uso de aspersores), colocação de redes de sombreamento, aplicação de caulino e aplicação de ceras de carnaúba.

Em pomares onde é frequente ocorrer escaldão nos frutos, este pode ser prevenido aplicando uma calda protetora à base de caulinos:
-CAULINO SECO MICRONIZADO (MIBAL),
-CLARITY SURFEIS (Hubel Verde),
-SUNPROTECT (Epagro),
-SURROUND WP (BASF).

Miguel Teixeira
Divisão de Assistência Técnica à Agricultura/DSDA
Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural

Para mais informação relativamente à prevenção e/ou tratamento, deverá contactar o seguinte serviço da Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural:

Direção de Serviços de Desenvolvimento da Agricultura /DSDA
Divisão de Assistência Técnica à Agricultura /DATA
Correio eletrónico: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
Telef.: 291 211 260

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