Meteorologia agrícola
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(LEGENDA) Segundo os apuramentos meteorológicos para o período, compreendido entre 28 de abril e 4 de maio (ver quadro), verificaram-se níveis baixos de precipitação. A intensidade média do vento, a fazer-se sentir duma forma suave. Com estas condições climáticas, podemos planear todo o tipo de operações culturais, inerentes às boas práticas agrícolas. Devido ao estado de emergência relacionado com o coronavírus, lembramos mais uma vez aos Srs. Agricultores os cuidados acrescidos que devem ter na execução de todas as tarefas, na vossa exploração agrícola (Ver o DICAs n.º 374/2020 – ‘Medidas de higiene especiais a observar nos trabalhos agrícolas’). Com estas condições do estado do tempo, devemos manter a atenção à necessidade de efetuar as regas, em toda a região. Ver no quadro, os indicadores da Precipitação (P) e Evapotranspiração potencial (ETP) que evidenciam esta realidade. Poucas alterações nas previsões climáticas para a próxima semana (até 14 de maio), ou seja, na costa sul, alguma nebulosidade, mas sem precipitação, e na costa norte, muita nebulosidade com previsão de alguma precipitação. Com estas temperaturas primaveris, as pragas de forma frenética vão dando sinais. 1. Citrinos 1.1 Mineira dos citrinos (Phyllocnistis citrella) Começam a ser visíveis os primeiros sinais de atividade desta praga, caracterizados pela presença de ovos e larvas nos órgãos vegetativos desta cultura (pequenas folhas e raminhos). Deste modo, aconselhamos os Srs. citricultores a observarem atentamente os seus pomares, para detetarem a presença da praga em jovens rebentos com 3 a 4 cm de comprimento, (deverá ser dada especial atenção às árvores jovens, reenxertadas e plantas recém podadas). Quando for atingido o nível económico de ataque (10 – 15% de rebentos com jovens larvas), aconselhamos a realização de tratamento fitossanitário com um dos inseticidas homologados. 1.2 Cochonilhas (Vulgo: Lapas)
Cochonilha-negra, Cochonilha-vírgula, Cochonilha-algodão, etc., são pragas frequentes em pomares de citrinos que causam prejuízos diretos ao sugarem a seiva das plantas e indiretos pela melada que excretam e fumagina* que aí se desenvolve. A excreção de meladas pelas cochonilhas atrai formigas, que apenas vão em busca de alimento e não prejudicam as árvores. Cuidados culturais como podas, adubações, regas equilibradas, aplicação de métodos de luta que protejam os insetos auxiliares (ex.: Joaninhas), diminuem o risco de desenvolvimento de grandes populações de cochonilhas nos citrinos. O tratamento com Óleo de Verão é eficaz, devendo apenas ser realizado se os frutos tiverem o tamanho superior ao de uma noz. Na véspera do tratamento deve fazer uma rega abundante e a sua aplicação deve ser feita fora das horas de maior calor. Assim, aconselhamos os Srs. citricultores a utilizarem a seguinte estratégia de luta: - observação dos frutos recém-vingados - 100 frutos (5 frutos x 20 árvores), sendo o Nível Económico de Ataque (NEA) de 5 a 10% de frutos atacados com jovens ninfas. Para o combate das cochonilhas deverá ser utilizado um dos inseticidas homologados. 1.3 Mosca do Mediterrâneo (Ceratitis capitata) Com estas condições do estado do tempo, irá verificar-se um aumento na atividade da mosca da fruta (Ceratitis capitata), daí recomendarmos, dum modo geral, para todos os pomares vulneráveis à mesma, a colocação de garrafas mosqueiras (armadilhas de captura massiva), e proceder à substituição periódica (15 em 15 dias) do atrativo nas garrafas mosqueira, como uma medida complementar e não de substituição aos produtos fitofarmacêuticos autorizados. Em média colocar uma armadilha, por cada três árvores. Nos casos da ginjeira e cerejeira, aos primeiros sinais da presença da mosca (Drosophila suzukii), para além das referidas armadilhas poderá haver um controlo químico complementar. Existem 2 produtos homologados para a cerejeira (Karate Zeon e Epik SG) e um para a ginjeira (Epik SG). O Karate Zeon (substância ativa lambda cialotrina) usado na concentração de 12,5 ml/hl, máximo duas aplicações com intervalo de 14 dias. O Epik SG (substância ativa acetamiprida), usar na concentração de 45 g/hl, também máximo duas aplicações com intervalo de 14 dias. |
(NOTA) 1.4 Afídeos Continuam a verificar-se condições favoráveis para a ocorrência de ataques destes inimigos. Assim, recomenda-se a vigilância das parcelas, devendo ser avaliada a necessidade de combate em simultâneo com a mineira dos citrinos, recomendando-se nesta situação a seleção de inseticidas que tenham dupla aptidão. 2. Anoneiras Monitorizar as anoneiras na tentativa de detetar a presença da cochonilha algodão e outras ‘lapas’, de certa forma associadas à fumagina*. Caso ainda se verifique a sua presença nos nossos pomares, poderemos aplicar o Imidan 50 WP (substância ativa fosmete) numa concentração de 60 g/hl. * Fumagina
A fumagina é uma 'doença' provocada por diversos fungos, destacando-se entre eles o género Capnodium sp. Este fungo dificulta a boa vegetação da anoneira. Encontra-se em placas pretas aveludadas a cobrir ramos, folhas e frutos. Os limbos das folhas podem ficar completamente cobertos pelo parasita, ficando assim dificultada a fotossíntese, respiração e transpiração da planta. A fumagina vive de forma saprófita sobre a ‘melada’, que se forma nas folhas, ramos e frutos, devido à ação de certos insetos como as cochonilhas, afídios e aleurodes (mosquinha branca). Os frutos, pelo seu mau aspeto, perdem valor comercial. Como este fungo não penetra nos tecidos da planta (não é patogénico) é facilmente removido por fricção. A luta contra esta doença saprófita consiste na proteção do pomar contra os insetos que produzem melada, como as cochonilhas (lapas), afídeos (piolhos) e aleurodes. 3. Abacateiros Neste momento, as condições climáticas e fenológicas do abacateiro são favoráveis ao ataque do aranhiço cristalino do abacateiro - Oligonychus perseae nas folhas. O ataque provoca a queda prematura das folhas, comprometendo a futura produção e expondo tanto os frutos como os ramos, a queimaduras pelo sol.
Assim, recomenda-se pulverizar os mesmos, molhando toda a copa, preferencialmente as páginas inferiores das folhas, devendo utilizar-se Vertimec 018 EC, numa concentração: 150 ml/hl no máximo de 2 aplicações: 1.º tratamento - ao aparecimento dos primeiros sintomas e 2.º tratamento - três semanas depois, respeitando intervalo de Segurança (período que deverá decorrer obrigatoriamente entre a aplicação e a colheita) de 14 dias. Observação: dever-se-á regar as plantas um dia antes da aplicação do produto. Sabedoria popular • Maio jardineiro enche o celeiro; • Maio serôdio ou temporão, espiga o grão; • Sol de maio e boa terra fazem melhor gado que o pastor mais afanado; • Mês de maio, mês das flores, mês de maio, mês dos amores; • Maio que não deu trovoada, não dá coisa estimada; • Maio hortelão, muita palha, pouco pão; • Em maio verás a água com que regarás. Miguel Teixeira |
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Para mais informação relativamente à prevenção e/ou tratamento, deverá contactar o seguinte serviço da Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural: Direção de Serviços de Desenvolvimento da Agricultura /DSDA |
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