Meteorologia agrícola
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(LEGENDA) Segundo os apuramentos meteorológicos do período compreendido entre 24 e 30 de dezembro (ver quadro), com algumas alterações, relativamente à semana anterior, ou seja, céu em geral limpo e ausência de precipitação, com as temperaturas a subirem para valores acima do normal para esta época do ano. As regas devem ser retomadas nas culturas de ar livre. Ver no quadro, os indicadores da Precipitação (P) e Evapotranspiração potencial (ETP) que indicam claramente a necessidade de regar. Logo que possível, como as condições climáticas permitem, fazer um tratamento de inverno nos seus pomares com calda bordalesa. As previsões para a próxima semana, até 9 de janeiro, relativo às condições climáticas, mantêm-se inalteradas, ou seja, na costa sul continuará a haver pouca nebulosidade e ausência de precipitação. Na costa norte, presença de alguma nebulosidade e possibilidade de precipitação fraca a partir da próxima semana. Nesta época do ano é habitual alguns agricultores da RAM efetuarem a plantação de morangueiros. Vamos dar enfase às principais doenças do morangueiro, ficando a apresentação das pragas, para uma fase mais adiantada do ciclo produtivo. Principais doenças do morangueiro Oídio - Sphaerotheca macularis f. sp. fragariae Peries
Esta doença no morangueiro é provocada pelo fungo Sphaerotheca macularis f. sp. fragariae Peries. Os sintomas manifestam-se nas folhas pela presença de manchas pulverulentas de cor branca ou acinzentada, enrolamento dos bordos para cima, deformações e necroses. Em algumas folhas podem ocorrer manchas de cor vermelha intenso em ambos lados da folha. Os frutos também podem ser atacados em qualquer estado de desenvolvimento. Trata-se de um ectoparasita cujos esporos se disseminam facilmente através do contacto entre plantas doentes e sãs e pelo vento, tendo como condições favoráveis à sua germinação e disseminação, noites frescas e húmidas e dias quentes e secos, respetivamente. Meios de Luta Luta cultural: Ao aparecimento dos primeiros focos de infeção eliminar as folhas e os frutos atingidos. Em simultâneo, proceder a uma gestão equilibrada do azoto. Luta química: Efetuar tratamentos localizados nos focos de infeção e também generalizados, com os produtos químicos homologados para a cultura em proteção integrada (azoxistrobina e enxofre). Podridão cinzenta - Botrytis cinerea Pers. ex Fr.
A doença provocada pelo fungo Botrytis cinerea Pers. ex Fr. é frequente na cultura do morangueiro, produzindo podridões em frutos verdes e maduros; todavia, pode também afetar pecíolos, folhas, botões florais, pétalas e pedúnculos sob condições favoráveis (temperatura moderada 18 a 25ºC e humidade relativa superior a 80%). Sobre os frutos atingidos desenvolve-se uma massa de micélio de cor cinzenta e consistência mole, mas não aquosa, podendo os mesmos ficar mumificados. O fungo sobrevive no solo, em restos de plantas infetadas. A disseminação dos esporos ocorre geralmente pelo vento e pela contaminação entre frutos doentes e sãos. A infeção diminui a durabilidade do fruto pós-colheita. Os danos mecânicos causados nos frutos pelos pássaros ou insetos criam pontos de entrada para fungos. Meios de Luta Luta cultural: Tornou-se essencial eliminar os frutos infetados, as folhas doentes e senescentes, assim como as flores que serviam de substrato para a multiplicação do fungo. Evitou-se o excesso de azoto e promoveu-se o arejamento. Antracnose - Colletotrichum spp.
O fungo Colletotrichum spp. é o responsável por esta doença, também conhecida por mancha negra do morangueiro, que causa lesões necróticas nos órgãos aéreos (folhas, pecíolos, flores, gomos, pedúnculos, frutos e guias) e nos órgãos subterrâneos (rizoma), afetando a rentabilidade das colheitas ao provocar perda de plantas e de frutos. No rizoma, a necrose pode ser observada através de um corte longitudinal, uma vez que os tecidos atingidos apresentam coloração castanho-avermelhada e consistência firme. A propagação da doença também pode ocorrer através de plantas que possuem infeções latentes. Meios de luta Luta cultural: Eliminar e destruir as plantas doentes, bem como os sacos de substrato que continham as plantas (organismo de quarentena).
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(NOTA) Coração vermelho das raízes - Phytophthora fragariae sp. fragariae Hickman
O organismo Phytophthora fragariae sp. fragariae Hickman produz, no morangueiro, necroses nas raízes de coloração castanho-chocolate. Após um corte longitudinal acima da necrose pode observar-se internamente o cilindro central da raiz avermelhado e branco no exterior. Esta coloração avermelhada pode estender-se até ao rizoma. Meios de luta Luta cultural: Trata-se de um organismo de quarentena e, por isso, procedeu-se às indicações recomendadas pela DGAV, que consistem na destruição das plantas e respetivos sacos de substrato (se for o caso). Necrose da coroa - Phytophthora cactorum (Leb. & Conhn) Schroet
O agente patogénico Phytophthora cactorum (Leb. & Conhn) Schroet infeta os morangueiros no viveiro e no campo. As plantas atingidas podem apresentar murchidão total ou parcial. Os primeiros sintomas são observáveis em folhas jovens, que adquirem uma coloração verde-azulada, podendo as folhas mais velhas permanecer normais. Mais tarde, a murchidão estende-se à totalidade da planta, que acaba por morrer em poucos dias. Procedendo-se a um corte longitudinal na coroa observa-se uma zona necrosada de coloração castanho-chocolate. Os frutos também podem ser afetados em qualquer estado de desenvolvimento. O fungo conserva-se no solo ou em restos vegetais. O parasita pode transmitir-se a partir do solo, do substrato de repicagem, das plantas frescas em mote ou entre plantas. Meios de luta Luta cultural: Eliminar as plantas doentes regularmente. Mancha das folhas: Zythia fragariae e Phomopsis obscurans
Sintomas Phomopsis obscurans: causa a formação de manchas necróticas de cor avermelhada com o centro de cor castanho-clara nas folhas mais velhas. Zythia fragariae: causa a formação de necroses de cor parda com a margem arroxeada. Os folíolos das folhas e os pedúnculos das flores e dos frutos podem também ser afectados. Meios de luta Cultural: Destruição dos restos infectados das culturas. Usar plantas certificadas. Químico: Oxicloreto de cobre. Mancha vermelha/mancha púrpura: Mycosphaerella fragariae
Sintomas Folhas: manchas pequenas de cor púrpura, arredondadas que crescem e podem atingir 3 a 6 mm de diâmetro. Mais tarde o centro da mancha adquire cor cinzenta e, nesta altura, são envolvidas por uma auréola púrpura acastanhada bem definida, acabando por provocar a sua morte. Os pecíolos, pedúnculos, cálices e guias com lesões similares. Meios de luta Cultural: Usar variedades resistentes e plantas de viveiro isentas. Destruir os resíduos das culturas. Químico: Oxicloreto de cobre |
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Para mais informação relativamente à prevenção e/ou tratamento, deverá contactar o seguinte serviço da Direção Regional de Agricultura: Direção de Serviços de Desenvolvimento da Agricultura /DSDA |
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