Meteorologia agrícola
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(LEGENDA) Segundo os apuramentos meteorológicos de 18 a 24 de setembro (ver quadro), verificou-se que a temperatura se manteve estável, mas com alguma nebulosidade. A intensidade média do vento a fazer-se sentir duma forma moderada, não interferindo com a realização de operações culturais, nomeadamente a aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos (PF), tendo a especial atenção de não as fazer nas horas mais quentes do dia, uma vez que as altas temperaturas condicionam a aplicação de PF. As regas são de grande importância neste período e devem efetuar-se pela manhã ou à tarde e de acordo com as necessidades hídricas das culturas. Ver no quadro, os indicadores da Precipitação (P) e Evapotranspiração potencial (ETP), que continuam a indiciar claramente essa necessidade. A previsão do estado do tempo para os próximos dias continuará sem grandes alterações, (até 4 de outubro) aponta para dias de alguma nebulosidade, alternando raramente com dias mais soalheiros. Manter a monitorização das suas culturas, nomeadamente o Kiwi, particular atenção ao eventual aparecimento de algumas podridões pós-colheita. Podridão cinzenta do kiwi (Botrytis cinerea) É um fungo que está na origem da chamada "podridão cinzenta" dos vegetais. A podridão cinzenta (Botrytis cinerea) é um dos principais obstáculos à conservação de longa duração dos kiwis, podendo causar perdas superiores a 50%. O ataque nos frutos manifesta-se apenas alguns meses após a colheita e pode variar conforme os anos e os pomares, sob a influência de fatores como: - terrenos pesados e mal drenados; - permanência prolongada do fruto molhado antes da colheita (chuvas outonais); - sistemas de condução do pomar que dificultam o arejamento dos frutos; - elevada relação entre azoto e cálcio nos frutos; - elevado inóculo do fungo; - colheita precoce; - tecnologia de conservação incorreta (RSR < 6,5%, refrigeração imediata (sem curing), elevada concentração de CO2 na câmara). Sintomas
Os tecidos atacados apresentam cor verde mais escura que os sãos e pode aparecer o característico micélio e esporulação (“bolor”) do fungo na superfície do fruto. A polpa torna-se verde escura e de consistência mole e aquosa, com as margens da parte afetada bem definidas em relação à parte ainda sã do fruto. |
(NOTA) Os sintomas não são visíveis no pomar, mas apenas após um mês de conservação na câmara, a partir do polo peduncular do fruto. A infeção dá-se pelas lesões, sobretudo provocadas na colheita, mas também através de todas as micro-lesões causadas por práticas incorretas de laboração pós-colheita (ferimentos na casca e polpa, choques, compressão dos frutos em recipientes demasiado cheios). Proteção Têm grande influência na prevenção e controlo da Botrytis as práticas culturais - irrigação, fertilização e sobretudo a poda. Deve-se proceder a podas em verde, a fim de obter um melhor arejamento, iluminação e exposição dos frutos ao sol. Tratamentos do pomar com fungicidas anti-botrytis têm-se mostrado pouco eficazes, além de serem de difícil execução. É mais eficaz a imersão dos frutos em caldas fungicidas antes da entrada na câmara frigorífica. O retardamento do início da refrigeração por 24 a 72 horas, à temperatura de 12 a 18 ºC, seguida de um gradual abaixamento da temperatura na câmara, induz a resistência dos frutos à infeção pela Botrytis. Esta técnica designada por curing, pode ser complementada pela imersão dos frutos em caldas fungicidas à entrada da câmara frigorífica. Além da Botrytis, outros fungos podem desenvolver-se e causar perdas durante o período de conservação na câmara - Phialophora, Penicillium, Botryosphaeria, Phomopsis. Medidas preventivas Medidas essenciais para reduzir os problemas causados pela Botrytis e outros fungos durante a conservação: - Rejeição dos frutos muito maduros; - os cuidados na colheita e pós-colheita (seleção, calibragem), evitando ferimentos e lesões nos frutos; - manter condições de conservação adequadas (temperatura, humidade e ventilação das câmaras frigoríficas). |
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Para mais informação relativamente à prevenção e/ou tratamento deverá contactar o seguinte serviço da Direção Regional de Agricultura: Direção de Serviços de Desenvolvimento da Agricultura /DSDA Correio eletrónico: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. Telef.: 291 211 260 |
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