A cultura da bananeira é uma das culturas mais emblemáticas e representativas da Região, contribuindo para a nossa paisagem rural característica de forma significativa, existindo referências ao seu cultivo desde o século XVI.
Com uma origem nos trópicos húmidos, esta cultura tem grandes exigências de calor e humidade, sendo a sua atividade metabólica fortemente reduzida a temperaturas inferiores a 16ºC e as temperaturas ótimas situam-se entre os 25ºC e os 30ºC.
Devido à produção de folhas de grande dimensão, a bananeira necessita de muita água, não só para a formação dos tecidos mas fundamentalmente para transpiração.
Estudos realizados no Brasil com bananeira "anã" estimaram o consumo de água por bananeira/dia em 25l com dias de sol aberto, 18l com dias semi-coberto e 9l com dias completamente nublados.
A bananeira não tem resistência à secura, apresentando dificuldades em retirar água de solos em fase de secagem. Nas situações de stress hídrico dá-se o fecho dos estomas, que se traduz por uma diminuição da atividade fotossintética e consequentemente num atraso do crescimento das folhas e da inflorescência.
A Região apresenta uma humidade média elevada (cerca de 70%) mas a precipitação média total anual (cerca 600l/m2) revela-se insuficiente para esta cultura, para além de que a sua distribuição não é uniforme ao longo do ano.
A falta de precipitação é especialmente sentida no período mais quente (de maio a setembro), consequentemente de maior necessidade para a planta, tornando-se essenciais regas sempre que necessário.
Numa altura em que a racionalização da água de rega é de grande importância, o Centro de Bananicultura realizou um estudo do consumo de água na cultura da bananeira, com a duração de quatro anos.
O Lugar de Baixo, Ponta do Sol, é das localidades mais quentes e com menor pluviosidade da ilha da Madeira e será logicamente uma zona com necessidade de rega mais frequente do que outras áreas da região. Refira-se que a área em estudo possui sistema de rega localizada por microaspersão e onde se aplica um compasso de plantação de 2,5mx2,5m (1600 plantas/ha).
Com os resultados registados durante o estudo obteve-se um valor de 16.000 m3/água/ha/ano, ou seja, em média cerca de 28l de água diários por bananeira, com temperatura média anual de 21ºC.
Bruno Silveira
Comentários
As águas provenientes de fossas séticas estão contaminadas e não podem, por lei, ser (re)utilizadas na produção de alimentos, embora fosse uma prática muito utilizada em tempos idos.
Assim, e qualquer que seja o destino das bananas produzidas na sua exploração, mesmo que para autoconsumo, não deve regar as bananeiras com mistura de águas provenientes da fossa séptica, dado que estará a consumir bananas possivelmente contaminadas, colocando em risco a sua saúde e a da sua família.
Com os melhores cumprimentos,
a Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural.