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Formação no processo de transição da norma ISO 17025:2005 para ISO 17025:2017

fig1 relacre associacao de laboratorios acreditados de portugal
Fig. 1 – RELACRE – Associação de Laboratórios
acreditados de Portugal

No dia 20 de março p.p. decorreu na RELACRE uma formação intitulada “ISO/IEC 17025:2017 - Processo de Transição”, onde estiveram presentes várias pessoas provenientes de laboratórios acreditados, nomeadamente dirigentes, responsáveis pelos Sistemas de Gestão e técnicos de laboratório, com responsabilidades e participação no processo de transição da norma.

A formação foi ministrada pelas formadoras Filipa Gaspar e Susana Rodrigues e coordenada pela RELACRE.

Durante as 8 horas da formação, foi-nos apresentada, de uma maneira simples e clara, quais os itens a ter em conta para interpretar a nova versão da norma, nomeadamente:

- a organização dos requisitos, e o porquê desta organização;

- a estrutura de correspondência da versão 2017 com a de 2005 (ver Quadro 1);

- quais os requisitos que mudaram, quais se mantiveram, quais têm uma outra abordagem e quais são os novos;

- novos conceitos e definições;

Em linhas gerais, constatamos que a estrutura da nova versão vai de encontro à estrutura das normas ISO CASCO (série 17000), sendo que os requisitos são agora organizados da seguinte maneira:

Ponto 4. Requisitos gerais (imparcialidade, confidencialidade);

Ponto 5. Requisitos de estrutura (entidade legal, gestão, responsabilidades;

Ponto 6. Requisitos de recursos (pessoal, instalações e condições ambientais, equipamentos, produtos e serviços fornecidos externamente);

Ponto 7. Requisitos de processo (contratos, métodos, amostragem, manuseamento dos itens a ensaiar, registos, incerteza de medição, garantia da validade dos resultados, relatório/boletim de resultados, reclamações, trabalho não conforme, gestão da informação);

Ponto 8. Requisitos de gestão (documentos, registos, ação corretiva, melhoria, riscos e oportunidades, auditoria interna, análise crítica pela gestão de topo);

Anexos sobre rastreabilidade metrológica e sistema de gestão

Quadro 1
Tabela correlação da versão ISO/IEC 17025:2005 vs. ISO/IEC 17025:2017

quadro 1

 

 
fig2 enfoques da nova versao da norma 17025 2017
Fig. 2 – Enfoques da nova versão da
norma 17025:2017

Apesar da alteração estrutural, a filosofia da avaliação da conformidade dos laboratórios mantém-se e a atualização também foi pensada de modo a ir ao encontro às alterações do mercado, ao enquadramento dos laboratórios em organizações maiores e das tecnologias de informação, sendo que o enfoque está essencialmente inserido na:

- demonstração da imparcialidade e confidencialidade;

- gestão das reclamações;

- pensamento baseado em riscos e oportunidades;

- abordagem por processo;

Constatamos que o pensamento baseado em risco, possibilitou alguma redução em requisitos prescritivos e a sua substituição por requisitos baseados em desempenho.

Há maior flexibilidade que na ISO/IEC 17025:2005 nos requisitos para processos, procedimentos, informação documentada e responsabilidades organizacionais.

fig3 politica de transicao
 Fig. 3 – Política de transição

Por último, verificamos que existe um longo e árduo trabalho a ser realizado nas organizações com laboratórios acreditados, para que a transição esteja concluída e implementada até 29 de novembro de 2020. Esta transição deverá passar por uma “política de transição”, da qual deverá nascer um “plano de transição”, plano esse que deverá ser implementado, acompanhado, verificado e reajustado para o sucesso deste processo (fig. 3). As ações do plano deverão conter em linhas gerais:

• Análise crítica específica pela gestão, para avaliar os impactos nos processos, políticas e partes interessadas;

• Auditoria de diagnóstico;

• Análise crítica da documentação;

• Revisão, onde necessário, da documentação e políticas, considerando:

  - Novos requisitos e requisitos modificados;

  - Documentos complementares e de referência;

  - Aspetos como verificação de métodos e imparcialidade;

• Adaptação de processos, onde necessário;

• Formalização da abordagem de riscos e oportunidades;

• Comunicação das políticas e práticas às partes interessadas;

• Verificação da implementação das ações.

Para orientações no que diz respeito às alterações/metodologias a serem realizadas pelas entidades acreditadas e no intuito de se realizar a transição, uma vez que ainda não está atualizado o Guia OGC001, foi sugerido o recurso a uma série de documentos disponibilizados pela EUROLAB, nomeadamente o handbook ISO/IEC 17025:2017 e os vários Cookbook (pequenos guias) para cada requisito da nova versão da norma no endereço http://www.eurolab.org/cookbooks.aspx 

Não há transição que não implique um ponto de partida, um processo e um ponto de chegada. Todo amanhã se cria num ontem, através de um hoje. De modo que o nosso futuro baseia-se no passado e se corporifica no presente. Temos de saber o que fomos e o que somos, para sabermos o que seremos”.

Paulo Freire

 

Zita Vasconcelos
Gestora do Sistema de Gestão da Qualidade da DSLIA
Direção de Serviços dos Laboratórios e Investigação Agroalimentar
Direção Regional de Agricultura

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