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Meteorologia agrícola
A informação técnica semanal!

apuramentos meteorologicos (LEGENDA)

CLIMATOLOGIA

Relativamente à semana anterior, o estado de tempo manteve-se, ou seja, poucas alterações há a registar. Segundo os apuramentos meteorológicos de 9 a 15 de janeiro (ver quadro), verificou-se um aumento gradual, ainda que ligeiro, de precipitação, permitindo ainda a realização de forma segura, da grande maioria das operações culturais.

Relativamente às regas, há que continuar a fazê-lo, de acordo com as necessidades hídricas das culturas, em particular na costa sul onde os níveis de precipitação ainda não foram os suficientes. Ver no quadro, os indicadores da Precipitação (P) e Evapotranspiração potencial (ETP), que indicam claramente essa realidade.

A previsão do estado do tempo para os próximos dias (até 25 de janeiro), sem muitas alterações, ou seja, reserva-nos, na costa sul, alguma nebulosidade e pouca precipitação, mas a norte, o IPMA prevê, além de muita nebulosidade, a possibilidade de níveis de precipitação moderado a forte.

Proteção de feridas da poda versus doenças do lenho da videira

latada vinhaAs feridas de poda representam um importante ponto de infeção e colonização por fungos do lenho da videira, tais como Phaemoniella chlamydospora, Phaeoacremonium spp., Fomitiporia mediterranea – ESCA; Phomopsis viticola - Escoriose Americana; Botryosphaeria spp. - Escoriose Europeia (Black Dead ARM) e Eutypa lata – Eutipiose.

vinha doenca lenho
 Exemplo duma Doença do Lenho - Eutypa lata – ESCA

A sua proteção preventiva deve-se iniciar no primeiro ano de poda e prolongar-se ao longo dos anos evitando infeções e consequentemente o aparecimento dos sintomas foliares.

De entre os fatores relacionados com a poda, destacam-se em particular os que a seguir se descrevem e que mais contribuem para a incidência de infeções e desenvolvimento de Doenças do Lenho (DL) da videira:

• o tipo de poda, sistema de condução e o tamanho das unidades de frutificação;

• as condições meteorológicas;

• o período em que é realizada a poda;

• a gestão dos resíduos de madeira doente e de lenha de poda;

• a proteção das feridas de poda.

 

previsoes meteorologicas (NOTA)

Relativamente às feridas de poda, quanto maior é a área total de superfície exposta e maior é o número de feridas, maior é a suscetibilidade à infeção por fungos do lenho. Quanto à disseminação das DL, estudos epidemiológicos revelaram que é totalmente aleatória, sendo insignificante o inóculo transmitido através das tesouras de poda. Todavia, todas as fontes de infeção, como a lenha de poda e as videiras doentes/mortas, devem ser removidas da vinha por forma a prevenir o desenvolvimento de novos focos de infeções.

Para reduzir as fontes de infeção de DL na vinha adotam-se diferentes práticas, sendo as mais comuns, a remoção da madeira doente (plantas mortas) e da lenha de poda, seguida de queima (quando permitida) ou, trituração mecânica seguida de compostagem a 40 – 50 °C, por um período de seis meses. Estas práticas culturais reduzem com sucesso os fungos responsáveis por DL.

Para escolher o período de poda mais adequado à realização da poda é necessário considerar diversos fatores, tais como: as condições meteorológicas específicas da região vitícola, a época de esporulação, a virulência dos fungos e a suscetibilidade das feridas à infeção. Podar com tempo seco é fundamental, porque o inóculo (esporos dos fungos) presente no ar é significativamente mais baixo durante esse período. A suscetibilidade das feridas é influenciada principalmente pela humidade relativa e por períodos de chuva.

A proteção das feridas de poda deve ser realizada preventivamente antes que ocorram infeções e que surjam sintomas causados por DL (manchas cloróticas entre as nervuras das folhas, redução do tamanho dos entrenós das varas, abrolhamento deficiente, necroses no lenho). Deve ser iniciada nos primeiros anos da vinha e continuar com frequência anual, sendo sempre realizada logo após a poda para minimizar o desenvolvimento de infeções.

vinha doenca lenho 1
 Proteção das feridas de poda

A proteção de feridas de poda pode ser baseada em fungicidas biológicos (biofungicidas) ou químicos, ambos aplicados como medida de prevenção. O tratamento deve ser aplicado em todas as feridas de poda ou noutros locais que tenham sofrido danos por ação mecânica (cordão e tronco). Os fungicidas químicos têm um efeito superior imediato sobre a proteção da ferida, enquanto os biofungicidas necessitam de um período de tempo para colonizar e progredir nos tecidos do lenho oferecendo contudo uma proteção mais duradora, pois a suscetibilidade das feridas de poda pode manter-se por períodos de 4 a 16 semanas.

A aplicação de biofungicidas homologados (ex.: estirpes de Trichoderma) nalguns países da Europa tem-se revelado eficiente na proteção de feridas de poda.

Sabedoria popular

- Quando não chove em Janeiro, nem bom prado nem bom celeiro.

- Janeiro frio e molhado enche a tulha e farta o gado.

 

Para mais informação relativamente à prevenção e/ou tratamento deverá contactar o seguinte serviço da Direção Regional de Agricultura:

Direção de Serviços de Desenvolvimento da Agricultura /DSDA
Divisão de Assistência Técnica à Agricultura /DATA
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Telef.: 291 211 260

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