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Situação do estudo de adaptação e produção de helicónias na Madeira

heliconia tropic  
 Heliconia tropic

A helicónia é uma cultura com interesse florícola devido à beleza e exuberância das suas hastes florais, existindo inúmeras espécies/variedades que variam na forma e cor das suas inflorescências.

É uma planta herbácea e perene, possuindo um rizoma com ramificação simpodial. Podemos distinguir duas formas de crescimento: a agrupada (forma tufos maciços) ou a dispersa (o tufo vai-se expandindo em várias direções).

As inflorescências surgem na parte terminal dos caules e a sua orientação em relação ao caule poderá ser ereta ou pendente. São plantas de zonas tropicais, que preferem locais com temperaturas superiores a 18ºC e uma humidade relativa do ar entre os 60 e os 80%. Quanto à luminosidade, esta varia consoante a espécie e variedade, existindo umas que precisam de 100% de luz e outras que precisam de algum grau de sombreamento. Na Madeira, podemos encontrar explorações com helicónias na costa sul da ilha da Madeira, entre os 0 e os 300m de altitude.

Este género continua ainda pouco estudado, tanto em termos de espécies e variedades existentes, bem como nas técnicas de produção e pós-colheita. Além disso, ainda são pouco cultivadas fora dos seus locais de origem (América Tropical - desde o sul do México até ao norte de Santa Catarina, Brasil e ilhas do Pacifico Sul - Samoa e Indonésia).

Na Madeira, e até 2010, as variedades de helicónia existentes resumiam-se praticamente a duas: Heliconia bihai ‘Lobtster Claw’ e Heliconia rostrata.

 
heliconia rostrata  
 Heliconia rostrata

Após essa data, as helicónias começaram a despertar interesse por parte do mercado interno (hotéis, eventos, etc.) e do de exportação, aliado ao facto das condições climáticas em termos de temperatura estarem a tornar-se cada vez mais favoráveis ao crescimento e floração das helicónias.

Por essa razão, e de forma a poder aconselhar de forma mais adequada o floricultor sobre as variedades a escolher, foi iniciado em 2012 um estudo sobre a adaptação, produtividade e épocas de produção das variedades existentes na coleção de helicónias do Centro de Floricultura, situado no Lugar de Baixo, Ponta do Sol.

Apesar do comportamento das helicónias estudadas ser diferente, se comparado com o do local de origem em termos de crescimento das plantas, épocas de floração e produtividade, os resultados obtidos após mais de 3 anos de ensaio de 15 variedades de helicónia já dão alguma resposta em termos de definição do espaçamento entre plantas mais adequado, bem como da produtividade média de hastes florais por tufo (mensal e anual) e épocas de produção.

Há interesse por parte do floricultor em assegurar uma oferta contínua ao longo do ano, pelo que o conhecimento da produtividade e época de produção de cada tipo de helicónia irá ajudar o floricultor na escolha da(s) variedade(s) a plantar no seu terreno. Num próximo artigo, indicaremos alguns dos resultados de maior interesse obtidos neste ensaio.

Maria João Dragovic
Direção Regional de Agricultura

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