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O chícharo

chicharo artigo A cultura do chícharo já é praticada em todo o Mundo desde tempos ancestrais, pois trata-se de uma espécie leguminosa rica em proteínas, de fácil produção e que permitiu desde sempre aos agricultores obterem um suplemento alimentar equilibrado na sua dieta e do agregado familiar como também para a alimentação animal.

Hoje em dia, a espécie sobrevive maioritariamente devido à chamada “agricultura familiar”, em pequenas explorações, com uma orientação produtiva mista.

Em termos de produção desta espécie na Região Autónoma da Madeira, esta foi sempre praticada na ilha do Porto Santo, onde existem variadas formas gastronómicas para o seu consumo, que agora se pretendem retomar (à semelhança do que acontece na região de Alvaiázere, onde, anualmente, se realiza uma festa dedicada a esta espécie agrícola). Mas, no entanto, estes não são casos únicos de consumo, uma vez que vários países europeus mediterrânicos começam a querer importar chícharo, para a preparação de “pratos” típicos (casos da Espanha e Itália).

É conveniente notar que, dentro desta espécie, as variedades mais aconselhadas para a produção de alimento animal (forrageiras) têm normalmente um grão de menor dimensão e de cores diversas, sendo aqui a parte verde da planta mais importante. Já as variedades para consumo humano são diversas: o seu grão tem de ter dimensões superiores e a sua coloração o mais próxima possível do branco. Existem casos de maior interesse em variedades de grão menor (sempre de cor clara) mas para moenda, sempre relacionados com a preparação de pratos típicos da zona.

 

O chícharo é uma planta com uma ampla capacidade de adaptação. Comporta-se melhor que outras leguminosas de grão em solos de baixa fertilidade, como os que se podem encontrar em regiões de sequeiro (a exemplo dos solos do Porto Santo). Conta com uma raíz capaz de penetrar em solos compactos, como os argilosos (pesados) e desenvolve-se profusamente em solos limosos (leves). No entanto, não tolera bem os solos ácidos.

As bactérias que “infetam” as suas raízes permitem abastecerem-se de azoto (rizóbios), “preferindo” solos com um pH superior a 5 (este tipo de informação pode ser requerida a um laboratório de análise de solo).

sementeira chicharo  
Sementeira de chícharo ao lado de milho 

Durante o seu crescimento, até um pouco antes da floração, suporta bem temperaturas baixas. A sua notável tolerância à escassez de humidade no solo torna esta cultura uma das leguminosas mais bem adaptadas a condições de sequeiro com chuvas insuficientes na Primavera/Verão (mais uma vez, o caso do Porto Santo). É cultivada com êxito em áreas com 380-650 mm de precipitação anual.

Referências russas indicam que a raíz pode aprofundar-se até 120-140 cm em anos húmidos e 150-175 cm em anos secos.

 

Ricardo Costa
Direção Regional de Agricultura

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