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Ação de Informação - “As boas práticas agrícolas na cultura da cerejeira”

acao sensibilizacao cerejeira Face à importância que a cultura da cerejeira possui na economia de algumas freguesias, nomeadamente na freguesia do Jardim da Serra, concelho de Câmara de Lobos, a Direção Regional de Agricultura (DRA) através da Direção de Serviços de Desenvolvimento da Agricultura (DSDA), e a pedido dos próprios produtores, realizou em 5 de agosto, na Quinta D. Leonor daquela localidade, uma ação de informação/sensibilização sobre “As boas práticas agrícolas na cultura da cerejeira”.

Esta ação que contou com a presença de cerca de 60 agricultores, teve como oradores os Engenheiros Miguel Rodrigues e Adriano Maia, que aproveitaram a oportunidade para apresentar aos agricultores locais, a Técnica dos serviços de assistência técnica, Eng.ª Aurélia Sena, que faz o atendimento semanal nas freguesias do concelho de Câmara de Lobos.

Foram tratados vários temas, nomeadamente a nova praga que provocou alguns prejuízos na colheita de cereja de 2016, a Mosca da Asa Manchada (Drosophila suzukii). No entanto, os prejuízos foram minimizados, graças a uma ação de formação prática realizada no passado mês de abril e levada a cabo pela DRA, a qual incidiu sobre a colocação de garrafas mosqueiras e a necessidade de controlo com produtos químicos homologados, caso necessário.

Outro aspecto abordado foi a doença que ataca a raiz das cerejeiras, a Armillaria mellea, a qual também vem causando preocupação crescente, uma vez que não existe tratamento químico possível. Referiram-se algumas medidas que podem atenuar os danos causados pelo fungo, como seja efetuar a correção da reação do solo aplicando o corretivo calcário, por forma a dificultar o seu desenvolvimento e minimizar a sua propagação, enriquecer o solo com matéria orgânica e aplicar os fertilizantes fosfatados e potássicos (sulfato de potássio e superfosfato de cálcio), no período de outono/inverno. Os fertilizantes azotados deverão ser aplicados 20 a 40 dias após a rebentação. 

 

Esta doença pode no curto/médio prazo dizimar grande parte dos pomares de cerejeiras, sendo que as plantas que já estão infetadas deverão ser limitadas fisicamente, fazendo caldeiras e valas de isolamento aplicando “cal viva”.

A rega localizada foi outro dos assuntos debatidos, já que permite uma maior economia não só de água, numa zona com escassez deste recurso, como também de mão-de-obra. Acresce dizer que é possível incorporar fertilizantes no sistema de rega (fertirrega), reduzindo assim os custos de produção.

Foi ainda transmitido na referida ação que a DRA irá disponibilizar mão-de-obra especializada no próximo ano para efetuar podas em pomares novos e adultos e que esta realizar-se-á após o vingamento dos frutos ou um mês após a colheita, devendo os agricultores interessados fazer a inscrição na junta de freguesia local.

Esta reunião foi muito participativa, tendo os agricultores dado testemunho das suas práticas culturais, entre as quais a eficácia da garrafa mosqueira como meio de captura em massa, que, segundo alguns agricultores, ao ser feita de forma isolada limita a sua eficácia no controlo da Drosophila suzukii. Outros afirmaram que, conciliando este modo de captura em massa com os tratamentos químicos com os produtos homologados, tiveram um bom controlo da praga.

Quanto às podas alguns participantes mostraram-se reticentes relativamente à época desta operação cultural.

No final, os agricultores relevaram a grande importância dos assuntos abordados, sugerindo a continuação deste tipo de ações por forma a atualizar os seus conhecimentos.

 

Aurélia Sena
Direção Regional de Agricultura

 

 

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