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A raiva – factos e recomendações

raiva2 A raiva, também chamada indevidamente de hidrofobia (por parecer que os animais afetados têm medo da água), é uma doença causada por um vírus que afeta o sistema nervoso central dos mamíferos, incluindo os humanos, e causa a morte a mais de 70.000 pessoas por ano.

O vírus da raiva transmite-se através da saliva dos animais infetados, na sua maioria cães, mas também de outras espécies de animais, tais como o lobo, a raposa e o morcego. O período de incubação varia entre alguns dias e vários meses, mas uma vez manifestados os sintomas a doença é fatal, terminando em morte, quer para os animais quer para os humanos.

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) e o OIE (Organização Mundial da Saúde Animal), a raiva existe em dois terços dos países e cerca de metade da população mundial vive em áreas endémicas, ou seja, áreas onde a doença existe permanentemente.

Mais de 80% das mortes ocorrem nas zonas rurais, onde o acesso aos cuidados primários de saúde e a profilaxia após a mordedura por animal infetado é limitado ou não existe. Mais de 95% dos casos de morte de pessoas causada pela raiva ocorrem em África e na Ásia e são devidos à mordedura de cães infetados.

Existem apenas três medidas para evitar os casos de raiva em humanos:

• Manter a população de cães maciçamente vacinada, numa percentagem superior a 70% dos animais existentes;
• Proceder à vacinação preventiva das pessoas que vivem em territórios onde a raiva é endémica;
• Aplicar soro antirrábico imediatamente após a mordedura por um animal suspeito de estar infetado.

 

raiva1 A vacinação em massa dos cães é o método de escolha, por isso é que em Portugal a vacina antirrábica é a única vacina obrigatória por lei para esta espécie animal. Esta é sem sombra de dúvida a razão principal pela qual o nosso país não é endémico da doença desde 1952.

No entanto, a doença pode ocorrer em pessoas provenientes de países onde a raiva animal ainda não foi eliminada, tais como a Guiné-Bissau e Angola. Nos últimos seis meses de 2011, foram reportados em Portugal dois casos de raiva humana, tendo-se verificado ter sido adquirida em Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa.

Neste contexto, a Direção-Geral da Saúde recomenda aos viajantes provenientes de áreas geográficas onde a raiva é enzoótica (em cães, gatos, morcegos ou outros animais selvagens) para consultar um médico caso tenham sido expostos a mordeduras, beliscaduras, arranhões e/ou abrasões de animais potencialmente infetados.

Por tudo isto, torna-se para nós preocupante a manifestação pública de algumas opiniões contra a exigência da vacinação antirrábica no nosso país e particularmente na nossa Região, demonstrando um profundo desconhecimento da doença e dos factos que determinam a sua imposição.

Imagens:
http://dogsaholic.com/care/rabies-in-dogs.html
http://geneboi.blogspot.pt/2011/06/raiva-bovina.html


João Carlos dos Santos de França Dória
Direção Regional de Agricultura

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