Uma solução ecológica para o controlo da cochonilha Nipaecoccus nipae (Maskell) nas fruteiras tropicais, nomeadamente na anoneira e na goiabeira |
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Numa comunidade, os indivíduos de diferentes espécies interagem e essas interações podem ser antagonistas, competitivas ou mutualísticas (Begon et al., 2006). O mutualismo é uma interação positiva na qual indivíduos de duas espécies interagem, resultando no aumento da aptidão de ambos os indivíduos (Begon et al., 2006). É o que acontece com o grupo de organismos cochonilhas de corpo mole (onde se inclui a Nipaecoccus nipae), que apenas ocorre em grandes populações na presença de formigas. Desenvolve-se uma interacção mutualística em que a formiga protege a cochonilha de parasitas e predadores e a cochonilha fornece alimento à formiga através dos seus excrementos açucarados.
A colocação de um cone na árvore a um metro e meio do solo, como se ilustra na figura, impede a deslocação das formigas à copa das árvores. |
Este cone deve ser de material impermeável (para não se degradar com as chuvas) e a aba inferior do cone mais larga não deve contactar com o tronco. Os ramos na parte aérea não podem contactar com outras superfícies, nomeadamente com muros. A fixação da aba superior do cone à árvore é feita com arame e não pode permitir a formação de brechas para as formigas passarem. O pomar deve permanecer limpo de locais propícios à formação dos “formigueiros” como por exemplo restos de podas anteriores. A formiga, quando encontra um obstáculo no seu caminho, procura outro caminho alternativo. Quando sobe pela árvore e encontra o cone, que funciona como um obstáculo, não encontra uma forma de atingir a copa e dispersa por outras árvores (que deverão ter também um cone). Nas copas e pernadas das árvores as populações de cochonilha decrescem sob a ação dos inimigos naturais. Bibliografia consultada: Begon, M; C.R. Townsend & J.L. Harper. 2006. Ecology: from individuals to ecosystems. Blackwell Publishing, Malden.
Maria da Graça Correia de Freitas Aguiar |
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