Proteção integrada de prunóideas – as principais pragas e doenças |
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Dando continuidade ao tema abordado na edição anterior do DICA, sobre a proteção integrada nas Prunóideas, tratar-se-á hoje das principais pragas e doenças nestas fruteiras. O cancro de Phomopsis amygdali é um problema grave nos pomares mais velhos, sendo mesmo um factor limitante à cultura do pessegueiro e à longevidade das árvores, em certas zonas do país. O aparecimento de grande número de cancros em árvores mais idosas está relacionado com a evolução da doença, pela ausência da luta cultural fundamental nesta doença. A lepra do pessegueiro é uma doença que, em anos em que o abrolhamento ocorre durante períodos húmidos, pode causar prejuízos com bastante gravidade. O clima e a realização de um tratamento cúprico crucial ao alongamento do gomo terminal irá decidir a intensidade do ataque de lepra. O rachamento fisiológico coloca-se sempre que um período húmido, principalmente com chuva, ocorre durante a maturação da cereja. Naturalmente, é um acidente fisiológico que se coloca com mais intensidade às cultivares temporãs e às mais suscetíveis. Atualmente, a solução passa pela utilização de cultivares menos suscetíveis e pela existência no pomar de uma diversidade de cultivares com maturação distanciada no tempo. |
A moniliose é uma doença que pode ser extremamente grave em condições em que a floração decorre durante um período chuvoso e em cultivares com bouquets florais muito compactos A redução deste problema passa pela utilização de variedades menos suscetíveis e pelo desenvolvimento de produtos fitofarmacêuticos mais eficazes contra esta doença. A existência de diversas cultivares no pomar é também um aspeto de luta cultural fundamental para atenuar os prejuízos causados por esta doença. Os afídeos provocam ataques que podem ser muito graves porque o seu aparecimento ocorre normalmente muito cedo, logo, ao abrolhamento. Além disso, provoca também um forte enrolamento foliar e uma paragem do crescimento dos ramos logo ao início da rebentação. Os afídeos possuem muitos inimigos naturais, pelo que, se deve privilegiar a acção da limitação natural preservando os auxiliares. A luta biológica feita pelos predadores do aranhiço vermelho naturalmente existentes no pomar é, quase sempre, suficiente para controlar a praga. Deste modo, é fundamental fomentar a limitação natural preservando os auxiliares predadores, através da selecção de produtos fitofarmacêuticos com menor toxicidade. A mosca da fruta, também designada por mosca do Mediterrâneo, é um dos principais inimigos da ameixeira, damasqueiro e pessegueiro, provocando avultados prejuízos de difícil combate. O controlo deste inimigo deve contemplar uma abordagem integrada de todos os meios de luta disponíveis. Os meios de luta cultural revelam-se de importância fundamental. Bibliografia consultada: LUZ, J.P. (2005) - Panorama actual da protecção integrada de prunóideas. In Encontro Nacional de Protecção Integrada, 6, Castelo Branco, 14 a 16 de Maio, 2003 - Actas. Castelo Branco : IPCB. ESA : ENPI. p. 178-194. ISBN 972-8324-18-9. Normas técnicas para produção integrada de prunóideas/coord. Miriam Cavaco. Lisboa: DGADR, 2012. Volume II, 228 p. (Divulgação, ISSN 0872-3249; 354). ISBN 978-989-8359-01-4.
Paula Rocha |
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