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Ramo atacado por piolhos |
As plantas são atacadas por pragas e doenças que as enfraquecem e podem mesmo provocar a sua morte. Na cultura da cerejeira as principais pragas e doenças são as seguintes:
- Mosca da fruta (Ceratitis capitata Wield), que ataca os frutos, apodrecendo-os. Os meios de controlo são a sua captura através de armadilhas, a destruição de hospedeiros alternativos e a limpeza de toda a fruta que cai no pomar.
- Afídeos ou piolhos (Myzus cerasi (F.)) – piolho negro da cerejeira), que se alimenta das folhas e dos jovens rebentos, enrolando as folhas e enfraquecendo as plantas. Os meios de controlo são a captura em placas cromotrópicas amarelas e o tratamento químico com produtos homologados, logo no seu aparecimento.
- Larva lesma (Caliroa cerasi L.), que se alimenta das folhas e enfraquece as plantas. Os meios de controlo são tratamentos químicos à base de enxofre em pó, após a colheita dos frutos.
- Nemátodos (Pratylenchus, Criconemoides, Helicotylenchus e Xiphinema), que são seres microscópicos que se alimentam das raízes e podem transmitir vírus, reduzindo o vigor e a produção das plantas e podendo eventualmente causar a sua morte. Os meios de controlo são a utilização de compostos orgânicos, de modo a equilibrar a fauna do solo e, em casos graves, efetuar tratamentos químicos.
- Cancro bateriano (Pseudomonas sp.), que provoca a secura apenas de um ramo ou mesmo do tronco, quando o ataque circunda a árvore, ocorrendo a morte. Na Primavera e Verão verifica-se a saída de goma, à volta dos gomos, e as árvores mais jovens (5 a 6 anos) são as mais sensíveis. Deve-se podar os ramos atacados abaixo do ataque e desinfetar as feridas com uma pasta cúprica. Deve-se ainda efetuar tratamentos de Inverno com produtos à base de cobre, como a calda bordalesa.
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Larva lesma em folha de cerejeira |
- Doenças provocadas por fungos (Fusarium sp, Cylindrocarpon destructans, Stemphilium botryosum e Armillaria mellea), que enfraquecem as plantas e este último fungo pode mesmo provocar a morte de plantas, desenvolvendo-se normalmente nas raízes.
Medidas gerais de controlo:
- Aumento da "carga" biológica no solo através da incorporação de grandes quantidades de composto;
- Corrigir a acidez do solo, tanto em pomares novos como em pomares em produção;
- Não replantar árvores novas junto de árvores afetadas pelo cancro bacteriano;
- Desinfetar sempre as ferramentas utilizadas nos pomares;
- Sempre que realizada alguma poda, a ferida deve ser coberta por um fungicida cúprico (ou outro);
- Racionalizar as fertilizações azotadas;
- Afastar as águas superficiais e de rega do colo do tronco das árvores;
- Manter uma boa drenagem do solo;
- As plantas atacadas devem ser arrancadas e queimadas, tendo o cuidado de retirar os restos de raízes da terra. A cova formada pela extração da árvore deve ficar aberta até ao ano seguinte;
- Proceder à limpeza e controlo de ervas daninhas à volta do tronco;
- Promover a entrada de luz no pomar (compasso de plantação alargado);
- Não efectuar tratamentos à floração para não afectar as abelhas.
Fonte: Powerpoint apresentado pelo Eng. Luís Dantas em Fevereiro de 2014 no Jardim da Serra.
(Fotos: retiradas da net)
Maria da Graça Correia de Freitas Aguiar Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural
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