O bicho ou broca da cana (Sesamia nonagrioides) na Madeira |
||||||||
1. GENERALIDADES A cultura da cana sacarina tem, na Região Autónoma da Madeira (RAM), como problema fitossanitário mais importante os ataques de um inseco, mais conhecido entre nós por "bicho da cana", cujos estragos podem atingir uma dimensão considerável, provocando quebras de produção que atingem os 20-30%, podendo ultrapassar em muitos casos os 50%. Trata-se de um inseto lepidóptero, cuja designação científica é Sesamia nonagrioides, que tem um desenvolvimento intenso na zona mediterrânica, atacando gramíneas, embora com uma apetência especial para a cana e milho. Na RAM, o milho não é tão afetado como a cana, por se encontrar em zonas diversas desta (caso dos concelhos nortenhos, com condições ambientais menos convenientes para o seu desenvolvimento). 2. DESCRIÇÃO 2.1 Lagarta As lagartas têm um comprimento de 4 cm, o seu corpo varia de rosado a creme, com uma linha dorsal sombreada, cabeça castanha. Pode ser detetada no interior dos entre nós da cana sacarina. 2.2 Crisálida Entre nós a crisálida é conhecida por "bicho Rodrigues". Tem um comprimento de 2,5 cm, coloração castanha e pode ser encontrada nos entre nós da cana.
|
2.3 Adulto 3. CICLO 4. ESTRAGOS Também ataca os gomos de brotação, com consequências no afilhamento da cultura e, consequentemente, na produção e rendimento final. A qualidade cana é afetada e o rendimento industrial é posto em risco, pela menor concentração de açúcar e pela aparição de "doenças" ao nível da aguardente e menor qualidade do mel. As canas atacadas partem-se mais facilmente, tombando com o vento. Este facto também dificulta a colheita.
5. CONTROLO 5.1 Cultural 5.2. Químico Os produtos baseados em Bacillus thuringiensis também combatem esta praga, podendo ser utilizados em agricultura biológica. Para além do B. thuringiensis, a agricultura biológica também pode recorrer às piretrinas para o controlo, havendo notícias da utilização de insetos auxiliares (parasitoides) eficazes no combate do "bicho", como a Cotesia flavipes e o Trochogramma sp.
Ricardo Costa |