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A cochonilha - algodão nas próteas

cochonilha-alg na infloresc de pr cynaroidesA cochonilha-algodão é um inseto que pode provocar grandes prejuízos nas próteas.

O prejuízo é causado pelas fêmeas adultas que, apesar de serem imóveis, possuem um aparelho bucal sugador muito desenvolvido, capaz de sugar a seiva diretamente do sistema vascular das plantas.

Após a fixação, elas produzem cera que forma a carapaça, recobrindo o seu corpo como um escudo e que serve de proteção contra os inimigos naturais e os inseticidas.

As fêmeas adultas põem os ovos que eclodem dando origem a ninfas, que são móveis, com patas e antenas. Desta forma, as fêmeas jovens podem mover-se e procurar um bom lugar para se fixarem.

Após a primeira muda, as suas patas atrofiam e tornam-se imóveis, passando a sugar ininterruptamente a seiva da planta.

As cochonilhas podem ser encontradas em ramos, folhas, flores e raízes das plantas. Muitas apresentam associação com formigas, que as protegem em troca da secreção adocicada que produzem.

Esta secreção também propicia o aparecimento da fumagina (Meliola sp. e Capnodium sp.), fungos de micélio escuro que recobrem partes da planta, impedindo a fotossíntese.

Na Madeira, a cochonilha-algodão ataca principalmente as espécies e cultivares do género Protea.

 

cochonilha-alg em folhas de pr spPara um controlo eficaz desta praga, é importante a sua deteção precoce e proceder ao tratamento logo no início do ataque, pois o combate desta praga torna-se bastante difícil quando a mesma se encontra bastante disseminada.

Nas cultivares de Protea sp. como, por exemplo na 'Susara' ou 'Pink Ice', quando o ataque é inicial, é possível encontrar nas folhas mais jovens pequenas pontuações vermelhas, que são as zonas picadas pelo inseto, e cochonilhas, ainda de tamanho pequeno.

Com o desenvolvimento da praga, tornam-se mais visíveis nas folhas e já com aspeto de algodão.

Na Protea cynaroides, a praga é de difícil controlo, pois as cochonilhas encontram-se dentro das brácteas da inflorescência, e a sua proliferação, juntamente com o escurecimento das zonas afetadas devido à fumagina, reduzem o valor comercial da haste floral. Neste caso, torna-se ainda mais importante o seu tratamento logo no aparecimento da praga.

Os inseticidas utilizados são o óleo de verão que, cobrindo o inseto, o asfixia, e também o clorpirifos e o dimetoato, quer aplicados sozinhos ou juntamente com o óleo de verão.

 

Maria João Dragovic
Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural