A colheita de amostras para a identificação de Fusarium oxysporum f. sp. cubense Raça Tropical 4 (Foc TR4) |
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A eficácia das análises laboratoriais para identificação do Foc TR4 começa na colheita das amostras e os resultados das análises dependem, e muito, do estado em que as mesmas chegam ao laboratório. Uma vez que o fungo referido é de quarentena, os cuidados a ter na colheita devem ser redobrados, de modo a evitar a dispersão do mesmo, dentro da mesma exploração e entre explorações. Antes da colheita das amostras existe um trabalho de programação, que passa por selecionar as explorações a visitar e preparar todo o material necessário para realização da mesma, cuja lista pode ser consultada no final do artigo. Uma vez na exploração e perante a planta doente selecionada, o coletor deve colocar todo o material necessário à colheita (Fig. 1A) junto da mesma; efetuar a georreferenciação; sinalizar a planta; verificar o local por onde se iniciou a infeção, pois facilita a colheita, e avaliar o nível de incidência da doença:
Deve-se ainda fotografar e registar todos os dados referentes à colheita, na ficha de pedido de análise. Junto à planta doente, o coletor deve colocar luvas antes de iniciar a colheita, retirar as infestantes e todo o material morto que se encontre junto da planta, desinfetar a faca que irá utilizar pulverizando com álcool a 70% ou álcool sanitário (Fig. 1B). Com a faca desinfetada, cortar o material vegetal até serem observados os sintomas internos da doença (Fig. 1C); desinfetar a zona destacada por pulverização com álcool a 70% ou álcool sanitário (Fig. 1D); retirar uma porção de tecido vegetal doente (Fig. 1E); transferir para um tabuleiro coberto com papel de filtro (Fig. 1F); envolver a mesma com o papel de filtro e colocar o conjunto num saco de plástico devidamente identificado (Fig. 1G). Terminada a colheita, desinfetar a faca utilizada com álcool a 70% ou álcool sanitário (Fig. 2A) e, após pulverização, flamejar pelo fogo, por exemplo, com um maçarico portátil (Fig. 2B). Desinfetar ainda o tabuleiro utilizado com álcool na concentração referida (Fig. 2C e D). |
As luvas e todo o lixo produzido durante a colheita devem ser colocados num saco de plástico e este retirado da exploração. Finalmente, proteger as feridas realizadas na planta durante a colheita, pulverizando-as com uma solução de sulfato de cobre (50g/l) Fig. 2E). Para evitar a dispersão do fungo para outras explorações, ao sair de exploração aplicar sulfato de cobre ao calçado (Fig. 2F). Todo o procedimento anteriormente descrito deve ser repetido na íntegra em cada planta em que se realizar colheitas, na mesma exploração ou noutra. Outro aspeto importante trata-se do transporte do material colhido para o laboratório, pois o sucesso da análise depende de como o material chega. Assim, de modo a evitar desidratações, o material deve ser enviado no mesmo dia da colheita para o laboratório; as colheitas não devem realizadas às sextas-feiras, mas, se for imprescindível, a seção do material vegetal com sintomas colhida deve ser maior. Numa futura edição do DICAs, iremos descrever as técnicas laboratoriais aplicadas na identificação de Foc TR4. Lista de material necessário para proceder a colheita de amostras para análise de Foc TR4:
Duarte Paulo Fernandes Sardinha |
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