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A mosca da couve é um grande problema devido aos estragos que causa na cultura das brássicas, a exemplo da couve-flor, do brócolo, do repolho e da couve portuguesa, que importa em grandes prejuízos económicos aos agricultores, pelo que é importante conhecer os sintomas provocados pela praga, bem como os produtos homologados para o controlo da mesma.
A mosca da couve é muito semelhante à mosca doméstica, mas mais pequena e cinzenta.
A larva é branca de forma cilíndrica (semelhante a um grão de arroz) sendo esta a que provoca os danos na cultura.
Ciclo da Praga:
Os ovos são postos no solo em pequenos grupos pela mosca, quase sempre próximo do colo da planta. A duração do desenvolvimento embrionário é de 4 a 6 dias a 15-20º C.
Após a eclosão dos ovos, surgem as larvas que enterram-se no solo e penetram na zona do colo da planta, onde escavam galerias nas partes mais tenras, atacando ainda o sistema radicular.
Ao fim de 3 semanas as larvas deixam a planta e pupam no solo. A duração do estado de pupa é aproximadamente de 20 dias. Após este ciclo, surgem outras moscas e repete-se o ciclo.
Estragos:
Podem verificar-se estragos nas plantas em viveiro e em todos os estados de desenvolvimento da cultura.
As larvas destroem a zona do colo e raízes, afetando deste modo o desenvolvimento das plantas, que murcham e morrem.
Os sintomas mais visíveis são o da murchidão e os danos na zona do colo das plantas que ficam destruídas.
Medidas de controlo:
1) Técnicas culturais:
a) As mobilizações de solos (sachas), ao exporem as pupas, têm algum efeito na redução das populações desta praga;
b) A rotação das culturas (com famílias diferentes de brássicas) faz decrescer a população desta praga interrompendo o seu ciclo de vida, colocando no solo outras plantas que não sejam hospedeiras, por exemplo: feijão, abóbora, tomate.
2) Luta química:
Para controlo desta praga deverá efectuar desinfeção do solo à cava do terreno. Além disso deverá desinfetar as plantas antes da plantação no local definitivo, com os produtos homologados para o controlo da Mosca da Couve.
Cultura |
Concentração ou Dose |
Marca Comercial e Substância Activa |
Empresa |
I.S. dias |
Nº APV |
Observações |
Brócolo | 1,2-1,5kg/ 1000m2 |
Pirifos 5G (clorpirifos)* |
Makteshim | - | 3695 | à cava incorporar entre 5-10cm de profundidade na linha de plantação |
Couve chinesa | 4-5kg 1000m2 |
Pyrinex 5G (clorpirifos)* |
Makteshim | - | 2495 | à cava incorporar entre 5-10cm de profundidade na linha de plantação |
Couve-flor |
40ml p.c./5l água (2400plt) |
Spintor (spinosade) |
Dow | - | 0288 | desinfeção das plantas à plantação |
Couve repolho |
1,2-1,5Kg p,c. / 100m2
40 ml p.c /5l água
150-200ml p.c. |
Pirifos 5 G
Spintor (spinosade)*
Dursban 4 |
Makteshim
Dow
Dow |
-
-
- |
3695
0288
2355 |
à cava incorporar entre 5-10cm de profundidade na linha de plantação
desinfeção das plantas à plantação
aplicar no colo da planta 10 dias após a plantação e repetir passado 15-20 dias |
Couve frisada e portuguesa |
1,2-1,5 Kg p.c\
40ml p.c/5l água |
Pirifos 5G
Spintor |
Makteshim
Dow |
-
- |
3695
0288 |
à cava incorporar entre 5-10cm de profundidade na linha de plantação
|
p.c. = produto comercial;
*substância ativas
Isabel Freitas
Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural
Comentários
Obrigado
O controlo desta praga é mais fácil ou mais difícil, consoante as condições climáticas e as práticas culturais: temperaturas mais baixas facilitam o controlo, sendo igualmente aconselhável manter regas regulares e evitar o fendilhamento do solo.
As plantações não podem ser muito profundas para que o ataque não se dê acima do colo da planta, que é mais sensível. As rotações culturais são muito importantes mas infelizmente pouco praticadas.
A aplicação de produtos fitofarmacêuticos à base de clorpirifos tem demonstrado bons resultados.
A aplicação deve ser realizada sobre o solo antes da plantação, 12 a 15 kg/ha, misturando bem o produto com o solo.
No entanto, é sempre complicado controlar a praga, caso as condições de ataque sejam elevadas. Esta praga apresenta 3, 4 ou mais gerações anuais, a partir do início do mês de abril até o início de outubro, tendo as fêmeas uma fecundidade na ordem de 150 ovos.
Com os melhores cumprimentos,
a Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural.