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Vespa-das-galhas-do-castanheiro – situação atual

vespa das galhas do castanheiro foto1 Passados cinco anos após a deteção do primeiro foco de Dryocosmus kuryphilus Yasumatsu (vespa-das-galhas-do-castanheiro) em Portugal, e três anos após a realização das primeiras largadas de Torymus sinensis (TS) em 2017, o processo de acompanhamento desta praga está estabilizado. Para este resultado, muito contribuiu a ação da Comissão de Acompanhamento, Prevenção e Combate à Vespa das Galhas do Castanheiro, ao promover a articulação entre todas as entidades envolvidas no processo.
Foi também a partir desta Comissão que foi desenvolvido o trabalho de envolvimento dos municípios, que culminou com a assinatura do Protocolo Biovespa logo em 2015, do qual a Secretaria Regional de Agricultura e Pescas, através da Direção Regional da Agricultura, é parceira.

Na ilha da Madeira, as largadas realizadas em 2017 e 2018 foram o resultado das prospeções realizadas em 2016 e 2017, respetivamente, sendo ainda notório o aumento das áreas infestadas, como o demonstram as 80 largadas realizadas por ano, num total de 30.400 parasitóides. A dispersão do parasitóide começou a ser acompanhada por trabalhos de monitorização nos pontos mais antigos desde o seu início, havendo indicadores positivos quanto ao sucesso do plano de combate em curso no continente português e na Região Autónoma da Madeira. No corrente ano, foram dispersas 30 largadas, correspondendo a 5.700 TS.

Assim, e na sequência da vinda do Prof. Alberto Alma (Itália) a uma reunião da Comissão Técnica, a 10 de outubro de 2018, foi realizada uma análise da evolução do plano nacional de ação contra a vespa-das-galhas-do-castanheiro e dos trabalhos realizados e a realizar de monitorização do TS. Neste encontro mais se procedeu à análise dos critérios a utilizar no planeamento da luta biológica. Este modelo de monitorização foi proposto pela Dra. Chiara Ferracini, aquando da sua deslocação a Portugal Continental (18 a 22 de fevereiro), sendo que se procedeu ao início dos trabalhos de monitorização do TS em Portugal no corrente ano.

Baseando-se naquele modelo, de 25 a 29 de março, esteve na Região o Eng. Cândido Henriques da Associação Portuguesa da Castanha (RefCast). Foram delineados e realizados trabalhos de monitorização do TS na ilha da Madeira no que respeita ao corte de galhas, num total de nove pontos visitados.

 
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É de referir que este é um trabalho conjunto da Direção de Serviços de Desenvolvimento da Agricultura (DSDA) e do Laboratório de Qualidade Agrícola (LQA), da Direção Regional de Agricultura.

As galhas recolhidas dos diversos pontos de largadas, são enviadas para o LQA, contidas em suportes adequados. A partir daqui, é feito o acompanhamento das caixas para datar e quantificar a emergência de insetos, particularmente dos TS presentes nessas galhas em cada um dos pontos de colheita.

Foi constatado por parte do LQA que, das galhas recolhidas dos diversos pontos de largadas de 2017, foram detetados 96 TS e das galhas recolhidas em 2018, até março de 2019, detetaram 67 TS.

Aproveitando a presença do Técnico da RefCast, foi realizada uma palestra a agricultores e público em geral no Pomar Público do Curral das Freiras, em parceria com a Junta de Freguesia do Curral das Freiras, inserida nas Comemorações do 229.º aniversário da Freguesia, a 27 de março. Na palestra realizada pelo Eng.º Cândido Henriques e com a colaboração da Engª Aurélia Sena, da DSDA, foram abordados o combate e os trabalhos de monitorização realizados, sendo que os agricultores presentes manifestaram que, no último ano colheram mais castanha e observaram melhorias significativas nos castanheiros e menos galhas nos mesmos.

Podemos apontar que os resultados são bastante favoráveis e otimistas, uma vez que o parasitóide Torymus sinensis já se encontra a fazer o seu trabalho nos soutos e castanheiros da RAM!


Divisão de Experimentação e Melhoria Agrícola
Direção Regional de Agricultura