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A vespa-das-galhas-do-castanheiro e a luta biológica em 2018

vespa galhas castanheiro 1 Na ilha da Madeira, a vespa-das-galhas-do-castanheiro (VGC), Dryocosmus kuriphilus, foi detetada pela primeira vez em junho de 2014 no Curral das Freiras. Ataca os castanheiros induzindo a formação de galhas nos gomos florais e folhas, provocando a redução da produção e qualidade da castanha, podendo conduzir, se não for controlada, por redução fitossintética, ao declínio e morte dos castanheiros em poucos anos.

De todos os parasitoides da VGC, o Torymus sinensis (Ts) é o mais específico e eficaz no controlo desta praga, fatores essenciais para que o agente de controlo biológico seja bem-sucedido. Este parasitoide é um pequeno inseto que, ao ser libertado, vai parasitar a VGC, alimentando-se das suas larvas, e deste modo contribuir para que menos destes colípteros formem as galhas do castanheiro.

A Direção Regional de Agricultura (DRA) iniciou a luta biológica contra esta praga em 2017, e dando continuidade à mesma no corrente ano, adquiriu o parasitoide Torymus sinensis durante o mês de maio.

 

vespa galhas castanheiro 2

Assim, realizaram-se largadas nas principais freguesias de produção de castanha: Curral das Freiras (33 largadas em 12 sítios) Jardim da Serra (13 largadas em 13 sítios), Campanário (12 largadas em 3 sítios), Serra de Água (15 largadas em 2 sítios), Prazeres (3 largadas em 1 sítio), Ponta Delgada (2 largadas em 1 sítio) e Santo António (2 largadas em 1 sítio). Para o efeito, foram largados os 15.200 parasitoides (9.600 fêmeas e 5.600 machos), perfazendo as 80 largadas inoculativas consideradas necessárias para o segundo ano de ataque à praga.

Este programa de luta biológica com o recurso a um parasitoide, o único atualmente reconhecido como mais eficiente e eficaz para combater a VGC é o que está a ser desenvolvido pelos principais países europeus produtores de castanha, como a Espanha, a França, Itália e Portugal.

É de referir que este processo de luta biológica é lento, não apresenta resultado imediato, demorando entre 4 a 6 anos até que se evidenciem os seus resultados, ou seja, em que ocorra uma significativa diminuição da incidência da VGC e uma recuperação dos castanheiros atualmente contaminados.

Em relação ao trabalho desenvolvido e monitorização realizada, estamos otimistas, uma vez que temos verificado taxas de parasitismo interessantes, o que significa que o Ts está instalado na Madeira. A tendência do parasitoide é crescer de uma forma exponencial, e segundo a experiência de países como Itália e de especialistas na matéria, haverá um equilíbrio entre a VGC e do Ts.

Razão para dizer que continuamos no bom caminho!!!

Teresa Vieira da Luz
Direção Regional de Agricultura