O míldio da cebola, conhecido pelos agricultores por "água e sol", é uma das doenças com maior incidência na cultura da cebola, pelo que devem ser tomadas várias medidas preventivas.
A desinfeção das sementes, com a utilização de um fungicida; fazer um compasso adequado às épocas de plantação, de forma a garantir um bom arejamento da cultura, sendo que as variedades do cedo e meia estação devem ter um compasso mais alargado (10cm na linha e 25cm na entre-linha) e nas variedades tardias o compasso poderá ser de 10cm na linha e de 15cm na entre-linha; as regas devem ser realizadas de preferência no início do dia; as adubações devem respeitar os valores médios recomendados, uma vez que adubações com excesso de azoto podem provocar demasiado vigor, tornando a planta susceptível a doenças e a outros desequilíbrios são exemplos de medidas preventivas a adoptar.
Deverá ainda ser feito, com o auxílio de um técnico devidamente credenciado, um plano de tratamentos fitossanitários, considerando as condições climáticas do local e a época de cultivo e permitindo assim prever os níveis económicos de ataque e utilizar, sempre que necessário, os produtos fitofarmacêuticos na perspetiva de uma produção integrada. Para o efeito, é necessário conhecer a lista de produtos fitofarmacêuticos autorizados para o míldio da cebola.
De igual modo, a utilização de produtos fitofarmacêuticos requer o conhecimento de alguns princípios básicos, nomeadamente se preventivos (antes de aparecer a doença) ou curativos (depois de aparecer a doença), sendo que com estes últimos apenas podem ser realizados três tratamentos por cultura, não esquecendo que a utilização dos produtos fitofarmacêuticos requer sempre a leitura do rótulo e a utilização do equipamento de proteção adequado, bem como o respetivo registo no caderno de campo.
Um outro princípio importante é a alternância na aplicação dos produtos fitofarmacêuticos para evitar eventuais resistências.
A cebola é uma cultura que tem a particularidade de ter uma camada cerosa à superfície, o que implica a utilização de um aderente ou colante juntamente com a calda para facilitar a aderência dos tratamentos a cultura.
Face ao exposto, a utilização do conjunto de práticas e normas técnicas de forma integrada referidas não só contribui para evitar o míldio na cultura e como também promove a segurança alimentar do produto final.
Avelino Freitas