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As pragas e doenças do abacateiro (Persea americana)

aranhico do abacateiro
Figura 1

A cultura do abacateiro Persea americana encontra-se espalhada um pouco por toda a ilha, sendo constituída por pomares organizados mas também por pés dispersos em pomares de anoneiras. Até recentemente, e de uma forma geral, esta cultura não sofria de problemas fitossanitários importantes que implicassem grandes cuidados, mas o aparecimento de duas pragas vieram acarretar prejuízos financeiros ao produtor, ao comprometer a sua produção.

Em seguida, apresentam-se as pragas e doenças que normalmente surgem nesta cultura na ilha da Madeira:

- Mosquinha branca do abacateiro (Aleuroplatus perseaphagus) – frequente, mas com impacto económico reduzido;

- Tripe-negro-das-estufas (Heliothrips haemorhöidalis) – pouco frequente, com impacto económico reduzido;

- Gorgulho do abacateiro (Naupactus godmanni) – pouco frequente, alimenta-se das folhas, com impacto económico reduzido;

- Mineira-do-abacateiro (Caloptilia staintoni) – espécie endémica tendo como hospedeiros lauráceas da floresta indígena, mas surgindo ocasionalmente no abacateiro, com importância reduzida;

- Aranhiço vermelho do abacateiro (Oligonychus perseae) – disseminada em toda a ilha, esta praga caracteriza-se pelos sintomas nas folhas (Figura 1), a partir da nervura central e alastrando para o exterior, formando uma mancha castanho ferrugem. Os danos são indiretos, uma vez que provoca a queda das folhas (quando o ataque é intenso), reduzindo a produtividade da planta e consequentemente afetando o desenvolvimento dos frutos. Esta praga apresenta consequências económicas significativas para a produção de abacate.

 
abacateiro percevejo
Figura 2
abacateiro percevejo1
Figura 3

- Percevejo do abacateiro (Pseudocysta persea) – identificada em novembro de 2012, esta praga está espalhado em toda a ilha e caracteriza-se pelas manchas castanhas bem definidas (Figura 2), atacando todas as fases do ciclo de vida, levando à queda das folhas e consequente perda de produção pela ausência de clorofila; o inseto (Figura 3) encontra-se na página inferior das folhas, dificultando a aplicação de medidas fitossanitárias. Esta praga apresenta consequências económicas importantes para a produção de abacate.

- Podridões radiculares

Por vezes, nos pomares de fruteiras subtropicais surgem sintomas na parte aérea que são confundidos com problemas de nutrição da planta ou fatores abióticos, plantas afetadas exibindo as suas folhas uma coloração amarelada, enquanto as árvores circundantes não revelam nada de anormal. Um exame ao sistema radicular das plantas pode revelar a presença de lesões necróticas nas raízes e no colo da planta, tendo sido isolados variados fungos como Cylindrocarpon sp, Fusarium solani e Phytophthora cinnamomi.

Referências Bibliográficas:

Contribuição para a Protecção Integrada na Região Autónoma da Madeira, Secretaria Regional de Agricultura Florestas e Pescas, Direcção Regional de Agricultura, Direcção de Serviços de Investigação Agrícola, 1999.


Bruno Silveira
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Direção Regional de Agricultura