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Doenças da macieira – o cancro do colo da macieira e o cancro da macieira

doencas da macieira cancro do colo da macieira
doencas da macieira cancro do colo da macieira1

Apesar de terem nomes semelhantes são doenças diferentes, causadas por fungos diferentes cujos sintomas, embora também parecidos, aparecem em locais diferentes da árvore.


No caso do cancro do colo da macieira, doença também conhecida por podridão do colo e das raízes, é mais frequente e causa maior destruição nos pomares, sendo que os sintomas aparecem no colo da árvore (zona do tronco que fica junto ao solo).


No cancro do colo da macieira, os sintomas aparecem com maior frequência nos ramos. Os sintomas das duas doenças são muito evidentes, sendo a sua identificação feita com muita facilidade no campo, pelo que muito raramente se recorre à análise laboratorial.


O cancro do colo da macieira ou podridão do colo e das raízes


O organismo causador (fungo) é o Phytophthora spp. Esta doença manifesta-se, normalmente, ao nível do colo e das raízes das macieiras, em solos mal drenados, sujeitos a encharcamento por longos períodos de tempo, muito compactos, argilosos e ricos em matéria orgânica.


A casca fica impregnada de água e com manchas escuras. As manchas transformam-se em cancros e mais tarde podem atingir toda a periferia do tronco. As raízes mais finas são atacadas.


Os fungos causadores vivem nos restos de tecidos lenhosos deixados no solo, nos fragmentos de raízes, tutores, ramos, etc.


Medidas de prevenção e combate:


Preventivamente, deve-se evitar o excesso de humidade no solo, sobretudo na zona à volta do tronco. A dupla caldeira pode ser utilizada para evitar o contacto do tronco com a água, prevenindo deste modo o ataque.


Ainda como medida preventiva, deve-se pulverizar as árvores (desde que a folhagem seja abundante) com uma calda de fosetil de alumínio.


Nas plantas afetadas, e logo no aparecimento dos primeiros sintomas, aconselha-se raspar as zonas infetadas até encontrar a parte sã e pincelar com pasta da calda bordalesa a 10 %.


Depois de instalada, o controlo desta doença é difícil e dispendioso. Deve-se isolar as plantas doentes através de uma vala com 50 cm de profundidade, de modo a evitar o contacto das raízes doentes com as raízes de plantas sãs.


As plantas mortas devem ser arrancadas e queimadas, tendo o cuidado de arrancar o maior número de raízes doentes.


Na instalação de pomares novos, é importante usar apenas plantas certificadas.


Em caso de se pretender efetuar nova plantação em local infetado, essa só deve ocorrer 3 anos após o arranque das árvores doentes.

 
doencas da macieira cancro da macieira

O cancro da macieira


O organismo causador (fungo) é o Nectria galligeena (forma perfeita) e o Cylindrocarpon malli (forma imperfeita). É um fungo que ataca sobretudo os ramos, o tronco e, secundariamente, os frutos e as inflorescências.


Os ataques ocorrem, sobretudo, em dois períodos de desenvolvimento da planta: à queda das folhas, pela forma imperfeita, e ao entumescimento dos gomos pelos esporos, da forma perfeita.


A primeira manifestação desta doença apresenta-se sob a forma de uma mancha castanho-avermelhada que surge próximo das cicatrizes folheares, sendo normalmente visível até ao final da Primavera ou início do Verão. A lesão desenvolve-se rapidamente formando-se fendas circulares, mais ou menos concêntricas na casca.


No caso do cancro ocorrer nos ramos, os rebentos apicais morrem.


Medidas de prevenção e combate:


Deve-se eliminar a madeira doente, protegendo posteriormente as zonas de eliminação com um produto que evite a formação de corpos frutíferos.


As novas plantas devem ser examinadas cuidadosamente, de modo a evitar a introdução deste fungo fitopatogénico.


Dado que é um fungo oportunista, é necessário evitar as feridas nas árvores e, paralelamente, monitorizar as possíveis pragas que poderão também produzir tais feridas.


Os ramos contaminados devem ser podados pelo menos 20 a 25 cm abaixo da zona de lesão e devem ser retirados de seguida do pomar e queimados, uma vez que o fungo permanece na madeira morta.


As ferramentas de corte devem ser esterilizadas com lixívia a 10% antes de se proceder à poda noutra árvore, isto para evitar a proliferação do fungo pelo pomar.


Deve-se ainda fazer três tratamentos, respetivamente no início, meio e fim da queda das folhas com aplicação de cobre com 20% (p/p), sob a forma de sulfato de cobre e cálcio (nome comercial: calda bordalesa).


Alcino Silva
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Direção Regional de Agricultura