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Ácaro no Abacateiro 1O Olygonychus persea Tuttle, Baker & Abbatiello (Acari: Tetranychidae), conhecido como ácaro do abacateiro, é um tetraniquídeo importante desta fruteira, que foi identificado pela primeira vez na Ilha da Madeira em abril de 2005. Nesse ano, este ácaro também foi detetado em videiras, ameixieiras e em ornamentais (Wisteria sinensis (Sims) Sweet e Bauhinia variegata L.). Nos anos seguintes, este ácaro surgiu em Portugal continental, mais propriamente no Algarve em abacateiros, alfarrobeiras, cerejeiras, diospireiros, nogueiras e videiras. Antes, em 2004, tinha já sido detetado em Espanha.

Trata-se de uma espécie com origem no México, onde foi descrita em 1975, a partir de material colhido em abacateiro.

Os adultos, com cerca de 0,4 mm de comprimento, e os estados imaturos têm cor amarelada esverdeada, com pequenas manchas escuras. Os ovos são claros, redondos e lisos. Os machos são mais pequenos do que as fêmeas, com a extremidade posterior do corpo afilada.

Embora encontrado em várias espécies vegetais, está mais associado ao abacateiro, sendo a cultivar Hass uma das preferidas.

Ácaro no LilazOs meses de Verão são os mais favoráveis ao crescimento populacional.

Origina manchas necróticas circulares nas folhas, que se estendem e podem atingir a totalidade destas. É na página inferior, principalmente ao longo das nervuras, que se alimenta e forma colónias. Constrói uma teia protetora esbranquiçada, muito densa, que os protege da desidratação, de factores abióticos adversos (como chuvas intensas e ventos fortes) e de predadores. É por baixo dessas teias que desenvolve colónias, onde se pode observar todos os cinco estados de desenvolvimento: ovos, larvas, protoninfas, deutoninfas e adultos.
Em condições muito favoráveis, desenvolve colónias também na página superior das folhas, nos ramos e frutos jovens, provocando queda de folhas. Estas conduzem ao aumento do risco de queimaduras solares, queda prematura de pequenos frutos e redução do seu tamanho, com consequentes perdas na produção.

Ácaro no AbacateExiste um acaricida homologado para o controlo desta praga (substância activa: abamectina), mas a sua utilização sistemática poderá originar o aparecimento de resistências e destruirá a fauna auxiliar. É preferível utilizar a luta biológica e a luta cultural. Existem alguns ácaros predadores fitoseídos,inimigos naturais desta praga. É aconselhável a remoção das folhas caídas infestadas, por serem focos de disseminação e é ainda importante incrementar a diversidade de cultivares nos pomares, que limitará a progressão da praga.

Nos últimos anos temos observado que esta praga reduziu os seus níveis populacionais (comparando com os níveis populacionais observados aquando da sua introdução na Ilha), possivelmente devido a um mais intenso controlo natural dos predadores.

Graça Freitas

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