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A Tuta do tomateiro (Tuta absoluta)

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A Tuta absoluta é uma praga oriunda da América Latina, provocada por um lepidóptero (borboleta). É conhecida por lagarta mineira e ataca a cultura do tomateiro, sendo responsável por grandes perdas da produção.

Foi detetada pela primeira vez no continente europeu em 2007 na comunidade de Valência (Espanha) e em 2008 na Itália. Mais tarde, foi detetada em França, Argélia, Tunísia, Marrocos, Malta, Grécia e Líbia.

Foi assinalada pela primeira vez em Portugal em maio de 2009, no Algarve. Na Região Autónoma da Madeira, foi assinalada em outubro de 2009.

O principal hospedeiro desta praga é o tomateiro, podendo, no entanto, atacar a batateira bem como outras plantas da família das solanáceas.

A praga desenvolve-se em quatro estados, nomeadamente ovo, larva, pupa e adulto.

O seu ciclo de vida, que depende da temperatura, é completado entre 29 a 38 dias. Pode apresentar 9 a 12 gerações anuais.

Os adultos têm hábitos de voo noturnos/crepusculares e durante o dia permanecem escondidos entre a folhagem. As fêmeas fazem as posturas na parte aérea das plantas hospedeiras, podendo pôr cerca de 260 ovos. Ao eclodirem, as larvas penetram nos frutos, nas folhas ou nos caules, dos quais se alimentam, originando perfurações nos frutos e galerias nas folhas. Depois de passarem por quatro estados larvares, pupam no solo, na superfície foliar ou ainda dentro das galerias, dependendo das condições ambientais.

Esta praga hiberna tanto no estado de ovo, pupa ou adulto.

As larvas podem atacar qualquer fase do ciclo vegetativo da cultura, penetrando nos frutos, folhas ou caules.

Nos frutos, as larvas formam galerias o que faz com este, perca o valor comercial. Em alguns casos pode provocar a perda de toda a produção. Estas galerias são também, uma porta de entrada para outros patogéneos.

 
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Nas folhas, numa primeira fase pode-se confundir com os sintomas produzidos pela larva mineira, Liriomyza spp. No entanto, com o tempo, a galeria aumenta de dimensão e vai alargando até que se dê a consequente desidratação dos tecidos, levando a que a folha apresente um encarquilhamento, ficando de cor castanha.

As galerias no caule afetam o desenvolvimentos da planta.

A praga é facilmente detetada no campo, pois prefere atacar os gomos apicais, flores ou frutos recém formados.

No controlo desta praga, deve-se implementar medidas preventivas, principalmente na cultura do tomate em estufa. Assim, devemos tentar impedir a entrada de borboletas, colocando rede mosquiteira nas janelas e instalar portas duplas.

Como meio de controlo, deve-se colocar armadilhas com feromonas, de forma a capturar adultos.

Na luta química, existem vários produtos homologados que permitem o combate desta praga, cujas substâncias ativas são Clorantraniliprol, Indoxacarbe, Metomil, Spinosade e Emamectina.

Na escolha do produto comercial, é fundamental ter sempre em atenção se o mesmo está homologado para a Tuta absoluta, as concentrações a usar e o intervalo de segurança. Além disso, a utilização dos produtos deve ser alternada, de modo a prevenir o desenvolvimento de resistências.

Como medida cultural, deve-se queimar os restos da cultura, sobretudo quando atacada pela praga e fazer a rotação de culturas.

 

Isabel Freitas
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Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural

Para mais informação relativamente a questões de caráter técnico relacionadas com a produção agrícola deverá contactar os seguintes serviços da Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural:

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Direção de Serviços de Assistência Técnica e Mecanização Agrícola
Divisão de Assistência Técnica e Mecanização Agrícola
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Direção de Serviços de Desenvolvimento Rural
Divisão de Apoio ao Agricultor
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- No âmbito da produção biológica:

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Telef.: 291 744 190