As orquídeas pertencem à família Orchidaceae, sendo considerada uma das maiores famílias, a qual inclui cerca de 25 mil espécies. Podem ser encontradas em todos os continentes, exceto na Antártida.
A propagação das orquídeas através dos métodos convencionais pode ser por divisão dos rizomas ou por via seminal, contudo, a taxa de germinação das sementes é muito baixa e não é possível produzir plantas em grande escala.
O método de propagação mais eficiente é através da cultura in vitro de sementes e de meristemas.
A cultura in vitro de sementes consiste em colher uma cápsula, 6 a 9 meses após a fecundação, a qual depois de desinfetada com uma solução de lixívia comercial é cortada longitudinalmente e as sementes são retiradas e espalhadas sobre o meio de cultura, o qual fornece os nutrientes necessários à germinação das sementes. Cada cápsula contém milhares de sementes mas uma vez que nem todas são viáveis, poder-se-á obter por cápsula entre 400 a 2000 plantas.
A cultura in vitro de meristemas caracteriza-se pela colheita de rebentos jovens ou hastes florais, dos quais são isolados os meristemas, que após a sua desinfeção são cultivados no meio de cultura. Por cada meristema é possível produzir milhares de plantas idênticas à planta-mãe, ou seja, clones.
Em ambos os casos é adicionado ao meio banana verde (triturada), como fonte de potássio, que é essencial para o desenvolvimento das plantas de orquídeas.
As sementes e os meristemas depois de cultivados no meio de cultura são mantidos numa sala de cultura com controlo de luz e temperatura adequadas a cada espécie.
Dado que os nutrientes do meio esgotam-se, é necessário transferir as plântulas recém formadas para meio fresco a intervalos de 90 dias, até terem as folhas e as raízes bem desenvolvidas e o tamanho adequado para serem transferidas para uma estufa, onde se adaptam gradualmente às condições externas.
O Núcleo Microlab, integrado na Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural, é responsável pela produção in vitro de diversas espécies de orquídeas, nomeadamente: Paphiopedilum sp. (Sapatinhos), Cattleya sp., Phalaenopsis sp., Cymbidium sp., Miltonia sp., Zygopetalum sp., Laelia sp. e Catasetum sp., entre outras.
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Cápsula de Cymbidium sp. | Meristema isolado de um rebento jovem de Cymbidium sp. |
Cultura in vitro de Cattleya sp. | Adaptação das plantas de Cattleya sp. às condições externas |
Isabel Nunes Freitas