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Sendo os brócolos um produto muito procurado pelos consumidores madeirenses, existem perspetivas otimistas relativas a esta cultura na Ilha da Madeira, embora também existam algumas dificuldades que necessitam de ser ultrapassadas pelos agricultores, para que esta cultura seja rentável.

Os brócolos, tal como todas as espécies brássicas, para produzirem bem necessitam de um período de vernalização, ou seja, a planta precisa de um estímulo provocado por temperaturas baixas, o que significa que é uma cultura que, na Ilha da Madeira, deve ser praticada nas zonas e nas épocas mais frescas, apesar de, atualmente, existirem variedades de brócolos adaptadas à época do ano, ou seja, variedades de outono/inverno e variedades de primavera/verão.

De qualquer modo, é sempre necessário que ocorram temperaturas amenas, para que se dê a formação da inflorescência, vulgarmente chamada de "cabeça", a parte comestível. Os agricultores, não raras as vezes, queixam-se que a plantação de brócolos não produziu bem, e, se não existiram problemas fitossanitários, a explicação mais plausível será a má escolha da variedade e/ou a época de plantação incorreta.

Grande percentagem dos brócolos consumidos na Ilha da Madeira é importada, proveniente sobretudo do continente português e de Espanha. Por isso, as grandes e médias superfícies comerciais solicitam aos fornecedores madeirenses que cultivem esta brássica.

Sendo uma cultura de ar livre, existe um bom potencial na Ilha da Madeira para o seu cultivo nas zonas localizadas a altitudes mais baixas durante o período de outono/inverno e a cotas mais altas no restante período do ano.

Quem opte por esta cultura deve dar importância a alguns aspetos agronómicos importantes, nomeadamente a rotação de culturas. Esta prática é um dos princípios básicos para o sucesso das plantações e consiste em alternar anualmente espécies vegetais numa mesma área. Assim, o agricultor consegue evitar ou minimizar problemas fitossanitários graves, aumentando a probabilidade de sucesso económico da atividade.

No capítulo das doenças que afetam a cultura dos brócolos, destacam-se a bactéria Pseudomonas sp. e a hérnia da couve, um fungo. Estas duas doenças podem provocar estragos na ordem dos 100%. A melhor maneira de controlá-las é praticar a rotação de culturas acima referida e aplicar produtos fitossanitários com ação preventiva sobre estas doenças.

Tal como para todas as culturas, existe uma lista de produtos fitossanitários autorizados para o combate dos inimigos dos brócolos e, consoante o problema, varia o produto a aplicar.

Outro aspeto importante a ter em consideração é a conservação pós-colheita dos brócolos pois, sendo um produto de rápida depreciação comercial, deve ser acondicionado imediatamente após a colheita a uma temperatura próxima dos 0º C e a uma humidade relativa do ar entre os 92 – 100%.

Jorge Caldeira
Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural

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