A flor do tomateiro é hermafrodita e um movimento na flor é suficiente para que o pólen caia das anteras sobre os estigmas.
De forma a que este processo seja mais eficiente e evitar frutos malformados, os agricultores produtores de tomate em estufa optam por colocar colmeias de abelhões dentro de estufa que, ao pousarem nas flores, libertam o pólen e recobre os estigmas.
As colmeias devem ser colocadas ao fim do dia nas estufas, previamente preparadas com redes nas aberturas de arejamento. A melhor localização será sempre a meio da estufa, junto às paredes laterais e dentro de uma caixa que, por sua vez, deverá estar suspensa na barra de cultura da estufa.
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(fig. 1) |
Depois de colocada na estufa, a colmeia só deverá ser aberta meia hora depois ou então no dia seguinte. Todas as operações feitas na colmeia deverão ser à noite e com muito cuidado, para que as abelhas não fiquem agressivas e/ou não fujam.
Sempre que for necessário, dever-se-á realizar um tratamento fitossanitário com inseticida na cultura do tomateiro, devendo a colmeia ser retirada para uma outra estufa. Esta operação deverá ser efectuada no dia anterior ao tratamento e, como referido anteriormente, à noite.
Antes de se retirar a colmeia de uma estufa ou antes de realizar um tratamento, a porta de entrada dos abelhões na colmeia deverá ser deixada aberta durante um dia e a porta de saída fechada, de forma que os abelhões que entram na colmeia já não possam sair e, assim, ao fechar-se a colmeia para realizar o transporte da mesma para outro sítio ou simplesmente para a realização de um tratamento, haver a certeza que os abelhões estão todos lá dentro.
Depois de realizado o tratamento, a colmeia só deverá voltar para a estufa quando as folhas das plantas estiverem secas e sem qualquer vestígio do tratamento efetuado.
Não será necessário retirar a colmeia da estufa quando os tratamentos realizados são com fungicidas de proteção integrada.
Se os abelhões estão a sair da estufa à procura de pólen fresco é sinal que há que aumentar a frequência de alimentação, mudar de estufa ou abrir a tampa própria da colmeia com xarope.
Caso não seja suficiente, ter-se-á que optar por um alimento complementar, à base de pólen fresco, água e frutose.
De notar, no entanto, que o excesso de comida pode provocar a preguiça nos abelhões e, consequentemente, estes reduzem as saídas da colmeia.
Para verificar se os abelhões estão ativos, a parte interior da flor deve estar oxidada, de cor acastanhada, devido à boa retirada do pólen. (fig. 1)
Aconselha-se ainda que sempre que se efetuar uma operação dentro de uma estufa com abelhões, dever-se-á evitar usar roupas de cor azul, porque é uma cor que os atrai muito.
Ana Ghira