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inh7O inhame, uma planta de grandes folhas verdes e rizomas tuberosos, é cultivado em sequeiro ou em terrenos alagados, habitualmente de ciclo anual mas podendo também ocorrer ciclos bianuais.

Após a colheita, os rizomas podem ser armazenados durante vários meses, em lugares frescos e arejados.

A renovação da cultura ocorre entre Janeiro e Abril, através do aproveitamento da porção superior do rizoma para propagação, geralmente com um rebento crescido ao qual se cortam as folhas, sendo plantado pouco depois da colheita.

As "novas" plantas são novamente plantadas em "regos" ou "mantas" com 0,8 a 1m de largura, espaçadas entre si 0,5 a 0,8m. Com o auxílio de uma enxada, são feitas pequenas covas onde são colocadas as plantas na vertical nos regos, sendo incorporado muita matéria orgânica à volta das plantas, por vezes em consociação com o milho e feijão.

inh2Nos primeiros meses após a plantação, para locais de regadio, é frequente a irrigação por alagamento uma vez por semana, passando depois para regas que podem ultrapassar os 15 dias.

Este cultivo pode ser observado um pouco por toda a Madeira, com destaque para o concelho de Santana, com a maior área dedicada a esta cultura. Em 2010, a área cultivada rondava os 33 hectares, com uma produção anual estimada de 352 toneladas.

A variedade "branco" é mais produtivo mas menos saboroso e de cozedura mais demorada e difícil, enquanto o vermelho é menos exigente em humidademas menos produtivo. O inhame roxo caracteriza-se por estar adaptado ao cultivo em locais menos exigentes hidricamente, sendo de cozedura fácil e rápida.

O "tubérculo" só é comestível após cozedura prolongada, devido à presença de antinutrientes que diminuem o seu valor nutritivo e provocam toxicidade. Contudo, o rizoma é rico em amido e fibras alimentares, cálcio, ferro e fósforo, estando a composição e valor nutricional das variedades de inhame madeirense ainda em estudo.
Na Madeira, não se conhecem pragas ou doenças que afectem esta cultura, considerando-se por isso uma cultura rústica.

Gregório Freitas
Investigador do ISOPlexis/Germobanco - Universidade da Madeira
Fotos DR