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batata doceA batata-doce (Ipomea batatas) é originária da América do Sul onde, muito antes dos Descobrimentos, já era consumida pelos indígenas do México e do Perú. Trazida para a Europa pelos portugueses, a parte comestível da planta é uma raiz tuberosa, de formato geralmente oblongo a cónico.

O botânico madeirense Carlos Azevedo de Menezes, em artigo publicado em 1909, opina que a batata-doce terá sido introduzida na Madeira nos meados do século XVII. No entanto, é admissível que a sua cultura tenha ocorrido mais cedo, uma vez que, mais recentemente, Mendes Ferrão, um insigne estudioso das plantas tropicais, afirma que a sua cultura já era feita nos Açores em 1538 e que, na segunda metade do século XVI, a batata-doce, ao contrário da batata comum, já estava muito divulgada em Portugal, Espanha e Itália.

batata doceNa Ilha da Madeira, a batata-doce é cultivada desde o litoral até acima dos 700 m de altitude em toda a superfície agrícola, embora Santana, Ponta do Sol, Calheta, Machico e Ribeira Brava sejam os concelhos que dispõem de maior área dedicada a esta cultura. No Porto Santo, a pequena área de batata-doce não ultrapassa a altitude de 200 m, que é, aproximadamente a cota limite dos terrenos ali agricultados.

Os madeirenses são grandes apreciadores desta raíz doce e saborosa, consumida cozida ou assada ou ainda aproveitada na doçaria caseira, onde há algumas especialidades tipicamente madeirenses (fartes-de-batata, batata-caramelizada, etc.). Em alguns locais da Madeira, utiliza-se também a batata-doce no fabrico do chamado pão caseiro.

A Região apresenta uma enorme diversidade de variedades de batata-doce, umas muito antigas e outras de introdução relativamente recente, trazidas da Venezuela e da África do Sul pelos nossos emigrantes. Como em muitas outras espécies cultivadas, os agricultores dão, às vezes, o mesmo nome vulgar a diferentes cultivares (normalmente consoante o local) e, outras vezes, diferentes denominações à mesma cultivar.

batata doceEm 1908, assinalavam-se as variedades 'Rama-Inglesa', 'Rama-de-São-Martinho', 'Rama-Machiqueira' ou 'de Sandwich', 'Da-Madalena', 'Frisada', 'De-Graveto', 'Braço-de-Rei', 'Brasileira', 'Feiticeira', 'De-Cayenna' e 'Rama-da-Terra'. Num trabalho mais recente, datado de 1942, o Engenheiro Agrónomo António Teixeira de Sousa, refere as variedades 'Preta', 'Inglesa', 'Japonesa', 'Branca', 'Amarelinha', 'Graveto', 'Machiqueira' e 'Santinha' como as mais cultivadas na Região.

Atualmente, as variedades dominantes são a 'Inglesa' e a 'Brasileira', que foram selecionadas pelos agricultores ao longo dos tempos.

A batata-doce é um alimento de elevado valor energético, contendo as raízes tuberosas normalmente entre 25% e 30% de hidratos de carbono, e cerca de 100-120 calorias por 100 gramas. Essas raízes possuem, também, boas percentagens de vitaminas (especialmente provitamina A e vitamina C) e de sais minerais (potássio, ferro e cálcio), sendo, no entanto, pobres em proteínas.

Paulo Santos

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