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O controlo biológico da Psila Africana dos citrinos através da utilização do parasitóide Tamarixia dryi

limao dados DICAs 1Apesar dos pomares de citrinos da costa sul da Ilha terem sido seriamente afetados por várias pragas e doenças, causando o seu decréscimo, continua a existir uma importante área de produção de limão no norte da Ilha, com cerca de 60ha, que produz anualmente entre 800 a 900t, produção que gera, direta e indiretamente, um rendimento significativo aos produtores.

A esse propósito, é emblemática a realização anual da Exposição Regional do Limão, na freguesia da Ilha, um dos principais certames e cartaz turístico do concelho de Santana.

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Ovos da praga 
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Ninfas da praga
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Adulto da praga 

Uma das pragas que contribuiu negativamente para o incremento desta cultura na Região foi a Psila Africana dos citrinos (Trioza erytreae), inseto originário da África subsaariana.

Esta praga prejudica fortemente o crescimento e a consequente produtividade das plantas, estagnando e comprometendo o desenvolvimento do sector cítrico na RAM.

A Psila Africana foi observada pela primeira vez em limoeiros na Ilha da Madeira em junho de 1994, no sítio do Moreno, no Concelho da Ribeira Brava.

As picadas para a alimentação das ninfas dão origem a galhas, deformando as folhas, que ficam encarquilhadas, enroladas e amareladas, dando origem ao enfraquecimento da árvore e resultando na diminuição da quantidade e qualidade da produção.

Este inseto é de difícil controlo, inclusive com a utilização de produtos químicos, pelo que a Secretaria Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural (SRA), através da Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DRA), optou pelo controlo biológico, mediante a largada de parasitoides de Tamarixia dryi, inseto que se revela benéfico na destruição desta praga.

 

Para a introdução deste parasitoide na Ilha da Madeira foi necessário apresentar ao Instituto Florestal e da Conservação da Natureza da Madeira (IFCN, IP-RAM) um estudo que demonstrasse que o Tamarixia dryi é um parasitoide específico da praga em causa, não existindo qualquer risco para a saúde humana ou animal.

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Fotos 4 e 5 – Formação de galhas, um sintoma típico

Este parasitoide deposita os seus ovos em ninfas de psila africana e as suas larvas desenvolvem-se, causando a sua morte.

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Adulto de T.dryi (à esquerda)/Larva de T.dryi (à direita) 

A DRA procedeu a duas largadas do parasitoide Tamarixia dryi, a primeira em 2020 e a segunda em 2021, com aproximadamente 500 parasitoides, em quatro pontos da Ilha da Madeira: na costa sul, nos concelhos de Santa Cruz e Calheta, e, na costa norte, nos concelhos de Santana e São Vicente.

Na Ilha do Porto Santo, apesar da importância desta praga não ser tão significativa como na Madeira, libertaram-se 400 parasitoides, em oito locais selecionados, procurando realizar a dispersão de forma homogénea.

Em julho de 2021, os técnicos da DRA procederam à avaliação dos resultados e, da sua análise, constataram, com grande satisfação, uma população do parasitoide amplamente espalhada e um nível de controlo na ordem dos 90 a 100%.

Desta forma, a DRA está a conseguir controlar com sucesso uma das pragas que mais prejuízo dá aos produtores de citrinos.

Com este resultado, e atendendo ao muito melhor desenvolvimento dos citrinos durante os últimos meses, pensamos ser possível o incremento da produção de citrinos, nomeadamente de limão, já que este citrino era um dos mais afetados pela praga.

 

Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural
Divisão de Experimentação e Melhoria Agronómica

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