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sabia que- Paulo Perestrelo da Câmara em Breve Notícia Sobre a Ilha da Madeira, dedicada à Rainha D. Maria II, dá conta de ter sido referenciado nas terras altas do Campanário «(...) um antiquíssimo castanheiro que aí se acha talvez coevo com o descobrimento da ilha e naturalmente o que chamou à sua benéfica sombra, os primeiros habitadores para cultivarem este elevado terreno. O seu tronco é inteiramente oco e pode conter uma mesa com meia dúzia de cadeiras.».

- No Curral das Freiras, o fruto só se assava na época do magusto (debaixo de mato ou em cacos), mas dada a sua particular sazonalidade, para o consumo diferido no tempo, era principalmente sujeito a secagem e guardado em caixas de madeira, tanto maiores quanto a prosperidade do seu dono. O processo realizava-se em caniços (suportes de canas aparelhadas suspensos a alturas entre um e dois metros) e aquecidos, em geral, por ação de um braseiro. Posteriormente, o produto era pisado em cestos vindimos para destaque do grosso da casca, tarefa que competia aos homens, e finalmente cirandada em ciranda para concluir a separação dos resíduos daquela e da pele aderente à semente.

- Com a castanha seca fazia-se a sopa de castanha, que mais levava batatas, feijão seco, batata doce, carne de porco salgada e cebola, para consumo no lar e com uma frequência quase quotidiana, e um cozido a que se adicionava também o feijão seco e a batata, e que compunha o sustento de quem ia trabalhar o dia para os distantes e alcantilados terrenos agrícolas.

Hoje em dia, a antiga técnica de secagem está bem conservada, sendo mantida em alguns lares, e a sopa de castanha já é uma referência do património gastronómico da Madeira, constando do menu de restaurantes dos lugares de maior representatividade da cultura.

- Os gregos e os romanos colocavam castanhas em ânforas cheias de mel silvestre. Este conservava o alimento e impregnava-o com o seu sabor. Os romanos incluíam a castanha nos seus banquetes. Durante a Idade Média, nos mosteiros e abadias, monges e freiras utilizavam frequentemente as castanhas nas suas receitas. Por esta altura, a castanha era moída, tendo-se tornado mesmo um dos principais farináceos da Europa.

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