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A figueira (Ficus carica L.) pertence à família Moraceae, que contém cerca de 1400 espécies e 40 géneros.

O género Ficus engloba aproximadamente 700 espécies de árvores, arbustos, trepadeiras, epífitas e hemiepífitas, denominadas coletivamente como figueiras, e caracteriza-se por um peculiar sistema reprodutivo. A figueira (Ficus carica L.) é uma dessas espécies cujo centro de origem se localiza no Sudeste Asiático e Região Mediterrânica (desde o Afeganistão a Portugal).

É uma planta reprodutivamente classificada como ginodióica, ou seja, algumas plantas têm flores bissexuais (órgãos femininos e masculinos na mesma inflorescência) e outras plantas têm apenas flores femininas.

Largamente cultivada em muitos países mediterrâneos pelos seus frutos comestíveis, a figueira é frequentemente propagada por estacas e a variedade de figueira é definida pelo conjunto de diversos indivíduos cultivados com o mesmo genótipo. Geralmente, este genótipo é selvagem, obtido no local onde se originou, e escolhido pelas suas características agronómicas (frutos grandes, doces e com muita polpa e com alta produtividade) e ao longo dos tempos mantido e conservado em diversas coleções de viveiristas.

Na Ilha da Madeira existem diversas variedades, como a Pingo Mel, a Bebera Branca, a Bebera Preta e os Cotios.

O figo é uma infrutescência constituída por muitos aquénios (quando não são polinizados ficam ocos) que se denomina sicónio. Este, no seu estado inicial, inclui muitas flores unissexuais que podem ser acedidas via ostíolo (abertura do figo) pelas vespas polinizadoras (caprificação).

É um fruto suculento que, tanto sob a forma de fruto fresco como fruto seco, tem sido utilizado desde tempos remotos.

Conforme as características florais e os hábitos de frutificação, distinguem-se quatro tipos: caprifigos, figos de Esmirna (ou Smyrna), figos comuns e figo São Pedro. Por sua vez, existem dois tipos de figos quanto ao seu desenvolvimento fisiológico: os figos lampos, que se desenvolvem no ano anterior e amadurecem em junho ou julho, e os vindimos, que se desenvolvem no próprio ano e amadurecem em setembro ou outubro.

O sistema radicular da figueira é superficial e fibroso. A figueira é uma árvore caducifólia bastante ramificada com até 10 metros de altura. Em geral, a vida útil produtiva está em torno de 30 anos, variando conforme o trato dado à planta. O caule apresenta ramos robustos e sem pelos, bastante frágeis e quebradiços. No caule e em outras partes da planta, há células lactíferas, as quais produzem um látex rico numa enzima proteolítica que, em contacto com a pele, causa irritação, o que requer cuidado, especialmente nas podas e colheita dos frutos.

A figueira é uma fruteira que possui grande capacidade de adaptação a diferentes condições climáticas. É uma espécie com pouca exigência em frio para completar o repouso invernal. Nas regiões de clima seco, a estação seca ajuda a induzir o repouso vegetativo, complementando o efeito do frio. A exigência em frio invernal para quebra de dormência das gemas varia de 100 a 300 horas de frio (abaixo de 7,2oC). Em regiões de clima mais frio, há risco de danos por geadas tardias, pois temperaturas entre –3 a –6oC no final do inverno podem matar os figos em formação e os ramos mais herbáceos.

É bastante sensível à falta de humidade no solo, principalmente no período de frutificação, o que está relacionado com o seu sistema radicular superficial. A cultura exige, no período vegetativo, chuvas frequentes e bem distribuídas, sendo adequadas precipitações em torno de 1200 mm anuais. O emprego de cobertura morta do solo do pomar permite preservar a humidade do solo, fundamental para o bom desenvolvimento da figueira. Por outro lado, a alta humidade pode predispor os frutos ao ataque de doenças bem como causar fendilhamento dos mesmos, quando eles se encontram no estádio de maturação.

Adapta-se bem a diversos tipos de solos, porém, de maneira geral, os solos mais apropriados são os solos areno-argilosos, bem drenados e com bom teor de matéria orgânica. O pH ideal para a cultura está em torno de 5,6 a 6,8.

Maria da Graça Correia de Freitas Aguiar
Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural

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