O abacate, na Madeira, foi durante muitos anos uma cultura considerada fácil, que não obrigava a grandes trabalhos agrícolas e basicamente era só colher no final. No entanto, nos últimos 15 anos esta situação alterou-se, pois foi identificado nesta cultura o ácaro Oligonychus perseae (aranhiço cristalino), que, em condições climáticas favoráveis, ataca de uma forma intensa e sistemática o abacateiro, provocando desde desfolhação parcial até à total, em caso de ataques muito severos.
Mais recentemente, há cerca de 8 anos, foi identificada uma outra praga, o Pseudacysta perseae (percevejo do abacateiro), que também provoca grandes danos na cultura, nomeadamente na folhagem, levando também à desfolha do abacateiro.
Estas duas pragas, em conjunto, têm criado nos últimos cinco anos grandes problemas na cultura, debilitando ano após ano os abacateiros, uma vez que a árvore perde as folhas prematuramente, diminuindo significativamente o processo de fotossíntese, para além de “desorientar” os mecanismos de fenologia da planta, em virtude desta ausência de folhas provocar desequilíbrios hormonais, estimulando a planta a rebentar fora da época normal.
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Perante esta recente situação, os abacateiros, à semelhança de outras fruteiras, para além de cuidados ao nível de podas e nutrição (fertilização), devem de ser alvo dos tratamentos fitossanitários mais adequados ao controlo das pragas do aranhiço cristalino e do percevejo do abacateiro.
Assim, para o controlo do aranhiço cristalino está autorizado o produto comercial VERTIMEC 018 EC (uso menor), com a dose recomendada 1 500ml/ha ou na concentração de 150ml/100 litros de água, no máximo de 2 tratamentos. Aconselha-se a pulverizar ao aparecimento da praga (antes e durante o vingamento do fruto), sendo o intervalo de segurança de 14 dias (período que deverá decorrer obrigatoriamente entre a aplicação e a colheita).
Para o percevejo, não existe ainda produto autorizado.
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