Com o objetivo de obter frutos com a reconhecida qualidade e quantidade de forma sustentada ao longo dos anos é necessário executar uma série de operações culturais entre as quais as que permitem uma boa orientação da copa das árvores de modo a que haja um bom arejamento e uma boa entrada de luz. Na formação e condução das anoneiras devemos ter sempre em consideração o limite da altura da árvore que não deverá ultrapassar os 2 a 2,5 metros na zona produtiva e a conformação e volume da copa que deverão ser limitados ao espaço entre árvores.
Como referência, recomenda-se a condução em vaso para zonas planas e em eixo para zonas mais inclinadas, no entanto, ambas podem ser utilizadas nas duas situações. A condução em vaso ananicante é a mais indicada para zonas muito ventosas. Assim logo no início do desenvolvimento da planta devemos proceder à poda de formação (educação). A primeira etapa desta poda faz-se normalmente no viveiro logo após o desenvolvimento da vareta resultante de um gomo do enxerto. Se pretendermos uma condução em vaso cortamos a vareta a uma altura de cerca de 0,30 metros a 0,45 metros acima do ponto de enxertia consoante pretendermos obter um vaso baixo ou alto e deixamos só os últimos 3-4 gomos terminais viáveis que darão origem às pernadas (elimina-se cortando os gomos basais). Já no terreno depois da instalação das plantas no pomar, iremos no ano seguinte proceder a atarraques (cortes a meia altura) nos ramos desenvolvidos a partir dos gomos viáveis deixados no ano anterior tendo em atenção de deixar o último gomo direcionado para o exterior da copa. No 3.º ano procede-se da mesma maneira e assim conseguiremos uma boa estrutura para a planta.
Para a condução em eixo também designada em pirâmide deixa-se a árvore crescer normalmente eliminando os ramos mal situados e proceder a atarraques de modo a que se obtenha uma copa com formato triangular.
Atingido este patamar, nos anos seguintes proceder-se-á à poda de produção também designada de poda de frutificação. Esta possibilita um melhor equilíbrio entre as funções vegetativa e reprodutiva, melhora a distribuição da luz tanto no interior como na periferia, facilita o arejamento, melhora o tamanho e a qualidade dos frutos, torna a aplicação mais eficaz dos produtos fitofarmacêuticos reduzindo custos, reduz os ataques de pragas e doenças, facilita a colheita reduzindo custos na apanha.
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Quando é que se poda?
É realizada 30 a 40 dias após a última apanha o que coincide normalmente com o amarelecimento e queda das folhas.
Como é que se poda?
Deve proceder-se da seguinte forma, iniciando-se preferencialmente de cima para baixo, considerando o eixo da planta e a trajetória do sol; devendo:
- Atarracar os ramos da anoneira à altura de aproximadamente 2 metros;
- Eliminar todos os ramos secos;
- Eliminar todos os ramos que estão orientados para o interior da copa (1);
- Eliminar todos os ramos que se tocam ou se cruzam (2);
- Eliminar os ramos que se emaranham uns nos outros, deixando o mais bem posicionado (3);
- Eliminar um dos ramos com orientação paralela (4);
- Eliminar os ramos ladrões que pelo seu alongamento desequilibram a copa ou atarracá-los (5);
- Eliminar alguns dos ramos inseridos no mesmo ponto (6);
- Eliminar os ramos que estão muito próximos do solo;
- Atarracar a 1/3 do ápice 70 a 80% dos ramos do ano anterior (ramos com um ano de idade).
Poda em verde - É uma poda que se realiza quando a maior parte dos ramos do ano tiverem 40-50 cm, consiste em eliminar os ramos que no crescimento do ano estejam mal localizados.
Poda de rejuvenescimento - É uma poda aplicada a árvores com idade avançada que deixaram de ser podadas e que se encontram num estado de baixa rentabilidade. Com este tipo de poda podemos renovar um pomar e eventualmente alterar a variedade através da enxertia.
Fonte: "Guia de Produção da Anona" DRA/DSDA/DATA
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