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A anoneira - Enquadramento evolutivo

variedades anona DOP madeiravariedades anona DOP funchal
 Variedades "Madeira" e "Funchal", respetivamente

A anoneira (Annona cherimola Mill) é uma espécie englobada, taxonomicamente, no género Annona e na família annonaceae. Pertencem e com considerável importância a esta família a graviola (Annona muricata), a fruta do conde (Annona squamosa L.) e o híbrido atemóia (Annona cherimola Mill X Annona squamosa L).

Consta que a anoneira é originária do continente americano mais precisamente dos vales ocidentais dos Andes localizados nas regiões a Sul do Equador e a Norte do Peru. Aqui, nesta zona do globo, podemos encontrar esta espécie em estado silvestre entre as cotas de 1.500 metros a 2.500 metros acima do nível do mar.

A partir deste local de origem o homem foi disseminando as sementes deste precioso fruto pelas diversas partes do mundo. Os primeiros exploradores foram os grandes responsáveis pela introdução da anoneira na região mediterrânica (sul de Espanha, sul de França, sul de Itália, Argélia, etc.). Pensa-se que esta planta chegou à Ilha da Madeira no Séc. XIX e que graças às condições climáticas excecionais que aqui encontrou vegetou muito bem. A anoneira encontra condições favoráveis em toda a Ilha adaptando-se na costa sul a cotas entre os 30 – 650 metros e na costa norte entre os 30 - 300 metros de altitude.

Presentemente a cultura da anoneira faz-se em praticamente em todas as regiões que apresentam um clima subtropical mas o cultivo comercial faz-se unicamente em Espanha, Peru, Chile, Bolívia, Equador, Califórnia (EUA), Colômbia, Argentina e Ilha da Madeira (Portugal).

 
variedades anona DOP perry vidalvariedades anona DOP mateus I
 Variedades "Perry Vidal" e "Mateus I", respetivamente

Durante muito tempo a propagação seminal foi o único método de multiplicação da anoneira. Assim a compartilha ao longo dos anos dos genes provenientes de diferentes progenitores aquando do processo de fecundação e a influência do meio permitiram a obtenção de uma grande variabilidade genética. Este manancial genético gerou particularidades diversas quanto à forma e aspecto da superfície dos frutos, contribuiu para acentuar as inumeráveis caraterísticas organoléticas (sabor açucarado e ligeiramente ácido, polpa sumarenta) e possibilitou produções em épocas diferenciadas atendendo ao microclima e altitude.

Atualmente, é possível encontrar cinco tipos botânicos de anona considerando a natureza da superfície da casca (impressa, loevis, tuberculata, umbonata e mammilata).

Os trabalhos de seleção e melhoramento realizados, aqui na Ilha da Madeira, nos últimos 60 anos conduziram à eleição de algumas variedades com elevado interesse agronómico-comercial. Entre as caraterísticas objeto de ponderação salientam-se, entre outras, a regularidade produtiva das plantas, a uniformidade dos frutos, a qualidade organolética e o baixo índice de sementes. Assim até à data, já foram identificadas e selecionadas as variedades “Madeira”, “Funchal”, “Perry Vidal” e “Mateus I”.

Fonte: "Guia de Produção da Anona" DRA/DSDA/DATA

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