Variedade Regional |
Variedade Grada |
A cerejeira (Prunus avium L.) é uma árvore da família Rosaceae. Crê-se que tem origem na região compreendida entre o Mar Negro e o Mar Cáspio.
Ocupando uma área de 63ha e com uma produção de 232ton (dados de 2011), a cultura da cerejeira tem lugar em três principais localidades da Região: Jardim da Serra, Serra de Água e Curral das Freiras.
No entanto, no Elucidário Madeirense (ed. de 1965), esta cultura é referenciada também na Ponta do Pargo, o que pode indicar alguma potencialidade da cultura nesta freguesia.
As variedades mais comuns são as precoces "Regionais" e "Norberto" e as tardias "Van", "Grada" e "De Lisboa". Os porta-enxertos recomendados são a Cerejeira brava e a Ginjeira (Prunus cerasus L.).
A cerejeira é uma planta que necessita de frio para quebra de dormência (mais de 700 horas abaixo dos 7,2º, exigência variável com a variedade) e por esta razão só encontra condições climáticas favoráveis acima dos 500m na costa sul e dos 350m na costa norte. As variedades regionais são um pouco menos exigentes em frio mas zonas com nevoeiros e com fortes ventos na floração e frutificação devem ser evitadas.
A época de plantação recomendada é de janeiro a finais de fevereiro, sendo importante que as plantas estejam no terreno um mês antes do abrolhamento.
É uma planta que exige solos com boa drenagem sendo o pH mais favorável entre 6,0 a 7,5.
O compasso de plantação recomendado é 4m na linha e 4m na entrelinha. É muito importante deixar a zona do colo livre de ervas e de terra.
As fertilizações e correções devem ser efetuadas consoante as recomendações da análise de solos.
Algumas variedades são auto-incompatíveis e requerem, por cada 8 a 9 árvores, uma polinizadora que floresça na mesma época.
Na época da floração é importante a presença de colmeias (5 colmeias/ ha) para favorecer uma boa polinização.
A poda de formação é realizada nos primeiros três anos para estruturar a árvore, efectuando-se a desponta quando o ramo principal atingir 30 a 40cm de comprimento. Esta poda deve ser realizada em verde (a cicatrização dos tecidos é melhor do que na época de repouso outono-inverno), nos meses de maio a junho.
A poda de frutificação realiza-se quando a árvore entra em produção, tendo como objetivo a supressão de ramos mal inseridos e de ensombramento, realizando-se nos mesmos meses e pelas mesmas razões. Se for necessário efetuar esta poda no inverno há que realizá-la no mês de março, seguida de uma pulverização com calda bordalesa.
É importante regar as árvores após a plantação e ao longo do ano, sempre que necessário.
A mosca da fruta e a lesminha preta (Caliroa cerasis) são as pragas mais comuns e a moniliose, as podridões e o crivado as doenças mais comuns, sendo a colocação de garrafas mosqueiras no pomar e a aplicação de calda bordalesa são as indicações para o controlo destes problemas fitopatológicos.
O rachamento dos frutos pode surgir quando ocorrem precipitações na época de colheita. Uma das causas é a rápida absorção da água das chuvas na superfície dos frutos.
A época de colheita ocorre de maio a junho. Para que cumpram as caraterísticas mínimas, as cerejas devem estar inteiras, com aspeto fresco e são e apresentando-se firmes (em função da variedade), limpas, praticamente isentas de materiais estranhos visíveis e de parasitas. Devem ainda estar desprovidas de humidade exterior anormal, isentas de cheiro ou sabor estranhos e têm de ter o seu pedúnculo ou pé.
O desenvolvimento e o estado das cerejas devem permitir que estas suportem o transporte e a manipulação e que se conservem em boas condições até ao lugar de destino.
De referir que no anexo I do regulamento (CEE) n.º 899/88 encontram-se as normas de qualidade das cerejas, as quais afetam as variedades obtidas de Prunus avium L. (cerejeira), de Prunus cerasus L. (ginjeira) ou dos seus híbridos.
Podridão dos Frutos | Rachamento Fisiológico dos Frutos |
Maria da Graça C. Freitas Aguiar