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Impatiens ou “Maravilhas”, “Alegria-do-lar” – de banais flores de jardim a exóticas e raras jóias botânicas

impatiens sodenii
Impatiens sodenii

Longe de serem uma visão rara nos jardins e casas madeirenses, as localmente conhecidas “Maravilhas” são uma presença comum e de certo modo espontânea ao longo de todo o ano.

Reproduzindo-se com relativa facilidade por estacaria ou por semente, surgem em diversas cores, simples ou bicolores, e podem ainda surgir sob cultivares de maiores ou menores dimensões, inclusive com flores “dobradas”, complexas.

O nome científico para o género que compreende todas essas pequenas plantas é Impatiens, latim, e que à semelhança do nome inglês para as mesmas “Touch-me-not” [não me toques] alude para a peculiar característica destas plantas e que é transversal a todas as espécies – o caráter explosivo das suas cápsulas, que de um jeito “impaciente” rebentam mal são tocadas, espalhando assim as suas sementes.

impatiens balsamina
Impatiens balsamina

A espécie Impatiens walleriana é a presença mais comum nos nossos jardins, surgindo em carmim, laranja e mesmo em branco e é fortemente representada na genética por detrás dos híbridos modernos que vemos à venda nas superfícies comerciais. Outra importante espécie e que está naturalizada é a Impatiens sodenii, originária do Quénia e Tanzânia. De porte bem maior, chegando ao 1,5 m de altura, vegeta zonas húmidas e frescas, normalmente limítrofes a manchas de Laurissilva ou áreas com intervenção humana. Uma outra espécie muito cultivada pela sua floração exuberante, apesar de anual, é a Impatiens balsamina, sendo encontrada sob diversas cores, em formato singelo ou dobrado. Finalmente, mas menos disseminada, surge a “Maravilha-papagaio” ou Impatiens niamniamensis, originária da África tropical, podendo ser encontrada em casas e jardins abaixo dos 250 m de altitude, especialmente na costa sul.

Impatiens niamniamensis
Impatiens niamniamensis

 
impatiens balfourii
Impatiens balfourii

O género ocorre com maior vinco desde a África tropical aos Himalaias, passando pelo norte da Índia, mas conta também com algumas espécies nas Américas e uma espécie na Europa. Grosso modo, preferem condições tropicais e subtropicais, acima dos 20ºC, com elevada humidade atmosférica e sem exposição solar direta.

Com poucas espécies atingido o porte de árvore, a maioria delas vive como pequenas herbáceas ou arbustos, entre os 5 e os 75 cm de altura. Podem ser perenes ou anuais, mas aconselha-se a recolha de sementes para renovação do material genético. Nas espécies que morrem no fim do outono, a recolha dessas sementes é crucial. No caso da Impatiens balfourii, por exemplo, as sementes devem ser conservadas dentro de um invólucro que mantenha a humidade e de preferência no frigorífico, correndo o risco de uma muita má germinação. Excetuam-se disto os entusiastas que vivem em zonas com um invernos demarcadamente mais frescos.

impatiens pseudoviola
Impatiens pseudoviola
Para plantas adultas e vingadas, o ideal será optar por vasos cujo diâmetro vejo inferior à copa da planta, bastante perfurados na base e onde se deverá colocar uma camada de brita ou argila expandida. Um bom substrato drenante, com partículas de pequena a média granulometria, que retenha a humidade, mas sem encharcar, será o ideal. Devem permanecer à sombra, excetuando-se algumas espécies cuja folhagem pode estar exposta se se garantir a frescura do solo e da raiz (casos onde o solo está coberto por outra planta que protege do aquecimento exacerbado). A adição de composto orgânico numa proporção de 1:4 poderá ser benéfica em muitas espécies.Para a maioria das espécies tropicais, a estacaria deve ser preparada no fim do inverno. As podas devem possuir 2 a 3 nós visíveis e as extremidades devem ser seladas com um material próprio, evitando o apodrecimento das mudas. O substrato de eleição deverá ser asséptico, onde o esfagno e a perlite se assumem como protagonistas.
impatiens kilimanjari
Impatiens killimanjari

A autoridade botânica Kew Gardens reconhece 330 espécies naturais, onde se adicionará os casos ainda por resolver, os híbridos naturais, os milhares de híbridos comerciais e os cultivares específicos. Dessas tantas plantas, poucas se veem ainda pela Madeira, não obstante o enorme potencial climático e a sublime facilidade do seu cultivo.

impatiens auricoma
Impatiens auricoma

Fica ainda a sugestão de outras espécies, que pelo seu carácter benévolo são plantas ideais para cultivo na região: Impatiens pseudoviola, Impatiens killimanjari e Impatiens auricoma.

Pedro Spínola

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