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Jordan AndradeJordan Andrade, de 37 anos, dedica-se, entre outras actividades, à agricultura, mais exatamente à produção e comercialização de frutos subtropicais, em especial da anona. Para este também empresário agrícola, a agricultura surgiu naturalmente: por influência familiar, por formação académica mas, sobretudo, por gosto.

A cultura de anona ocupa cerca de um hectare (1ha) da sua exploração agrícola familiar, sendo as variedades de anona cultivadas a 'Madeira', a 'Mateus', a 'Serrão' e a 'Machiqueira', entre outras. Produz, por ano, entre 10 a 15 toneladas de anona, comercializadas na sua maioria no mercado regional.

Jordan Andrade complementa a sua atividade comercial com fortes preocupações sociais já que a fruta que, apesar de com qualidade mas que, por razões diversas, não pode ser colocada no mercado, é sempre doada a instituições de solidariedade social.

A sua exploração encontra-se integralmente certificada em modo de produção biológico, já que para além das vantagens na salvaguarda e proteção do meio ambiente, Jordan acredita que, comercialmente, é mais vantajosa, uma vez que a procura tende a aumentar, resultado de uma maior sensibilidade dos consumidores para o ambiente e para os benefícios dos produtos biológicos para a saúde. Infelizmente, a maioria da anona produzida é ainda comercializada actualmente como produto convencional, de modo a garantir um escoamento mais fácil.

Quando questionado sobre os principais constrangimentos na produção da anona, identifica as pragas ou doenças que nem sempre são fáceis de controlar, a escassez de mão-de-obra disponível, as condições de acesso aos terrenos e as dificuldades no escoamento da anona enquanto biológica, dada a dimensão reduzida do mercado regional. Todavia, continua a acreditar no forte potencial deste fruto e considera mesmo que a sua exportação é possível, uma vez ultrapassadas as dificuldades logísticas, já que a fragilidade do fruto obriga à acrescida rapidez no transporte.

Considera fundamental a valorização da anona pela qualidade, garantida, por um lado, pelo estatuto de Denominação de Origem Protegida e, por outro lado, pelo modo de produção biológico, fatores que com certeza irão fomentar o crescimento em termos comerciais.

Finalmente, Jordan Andrade está confiante que na próxima campanha a sua produção seja maioritariamente vendida como produto biológico e que os constrangimentos no transporte sejam ultrapassados, favorecendo assim a comercialização de anona para o mercado exterior.

Cecília Aguiar
Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural